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LETRINHAS DO RDB

Escolarizado musicalmente

Um ano antes de entrar no ensino regular, que na época era o “primário” e nos tempos atuais dos meus netos passou a ser o “fundamental”, a preocupação de meus pais era para que tivesse condições de chegar no primeiro ano sabendo as letras, ou já saber escrever o meu nome.

As noções básicas de letras e números recebi de minha madrinha de batismo, a prima Clarice. Ela estava em casa depois do nascimento da filha Sonia. A cada tarde chegava em sua casa e ficava no aguardo das lições. Antes, tinha as tarefas de dona de casa e de mãe

Depois de anunciar a minha chegada e esperar pela professora, tinha todo o tempo do mundo para ajeitar o meu caderno, lápis e borracha. E ainda para admirar a vitrola da Elwo – o toca-discos genuinamente fabricado em Joinville. É claro que os discos também representavam uma novidade para os meus olhos infantis.

O que mais atraiu minha atenção foi a figura do cantor norte-americano Nat King Cole, num long-play (LP) gravado em castelhano. Não era a voz melodiosa do cantor que me atraiu. E sim o chapéu que usava, que nos dias de hoje seria um boné de pagodeiro.

As letrinhas foram assimiladas rapidamente, tempo suficiente para querer ganhar um agrado pelo avanço nos primeiros estudos. Desta vez não seria uma bola. O que estava nos meus planos era ter um chapéu igual do cantor. Obtive sucesso e logo estava com o cocuruto coberto por aquele objeto imensamente desejado.

Dois anos depois, já no segundo ano, não pensei duas vezes e lá fui para a sala de aula com um visual bem ousado. Foi um verdadeiro desfile até que depois de alguns minutos com a aula em andamento, a professora Edina Ravache precisou pedir para o aluno voltar a seu estado normal: “Senhor Roberto, faça o favor de tirar o seu chapéu. É que a aula já começou”.

Pensei, repensei e achei melhor atender a solicitação da professora. Afinal, tudo tem seu limite. Desde aquela época, depois de seis décadas, não perdi o gosto por aquele tipo de chapéu e também nunca deixei de ouvir as músicas de Nat King Cole.

Nat King Cole: inspiração musical e no visual

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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de “Glória´s do Menino Jornalista”, uma coletânea com mais de 600 textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos. Contato para mais detalhes através do e-mail: rdbjoinville@gmail.com

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