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LETRINHAS DO RDB

Única vacina para marcar a nossa época

Os recém nascidos a partir da década de 1970 passaram a ter todo um cuidado que as gerações anteriores nunca imaginavam. A questão de saúde infantil ganhou proporções que asseguraram as crianças um crescimento bem mais assistido. Albert Sabin estava ainda em fase de testes com sua vacina oral contra a poliomielite, conhecida no Brasil como "gotinha". E como era em épocas passadas? Posso assegurar que era tudo na base da proteção Divina, mas com precauções inimagináveis dos pais.

As vacinas atuais, cada um com uma finalidade específica, não estavam nos planos das autoridades de saúde na época de minha infância. A única dose de medicamento que precisávamos ingerir ou receber uma aplicação tinha data marcada para acontecer. Isso estava previsto quando terminávamos a quarta série do ensino fundamental ou do curso primário, que era a terminologia antiga.

A aplicação da superdose de vacina tinha data para acontecer. Depois de saber que estávamos aprovados para chegar ao ginasial, um batalhão de crianças, invariavelmente entre 10 e 11 anos, formavam uma imensa multidão no Centro de Saúde, na época na esquina das ruas Jaguaruna com Pedro Lobo.

Nem sempre chegar cedo era a garantia de voltar logo para casa. Assim, uma manhã inteira estava nos esperando para atender a exigência para ter direito de conseguir a inscrição para o exame de admissão ao ginásio. Todos eram vencidos pelo cansaço, e já com as barriguinhas vazias e roncando, conseguiam terminar esta verdadeira maratona muitas vezes só depois das 12 badaladas da Catedral.

No dia seguinte, ainda cansados, começava a coceira no alto do braço esquerdo. Alguns dias depois, com uma ferida, tínhamos a certeza de ter consigo superar esta batalha. Até hoje, quase seis décadas depois, ainda tenho a premiação da única vacina que tomei em minha infância. É uma cicatriz que ficou como marca de uma época. Uma vitória épica de uma geração saudável e com saúde, mesmo sem ter nem a metade dos recursos que estão disponíveis na atualidade.

A infância da minha época foi marcada pelo encontro com a temida pistola da vacina

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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de “Glória´s do Menino Jornalista”, uma coletânea de textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos. Aguardo seu contato para prestar mais detalhes.

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