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Há livros e livros. Acabo de ler mais um. E de uma talagada só, casomde “Não Sei e Não Saberei Jamais. Subtítulo: Questões Eternas, Respostas Desafiadoras. O Autor: Doutor Ronald Moura Fiuza, médico neurologista. Ou por outra, neurocirurgião de reconhecida competência.
Fiuza, antes de tudo foi um leitor. Thiago e Mariana, filhos não negam o predicado. Sua biblioteca particular é simplesmente robusta.
Obras variadas. Universais.
Doutor Fiuza, como diria Boldrin, partiu antes do combinado, mas não sem deixar um legado único: publicações relevantes seja no campo
da medicina, seja na literatura. Cá entre nós: polivalente o mestre Fiuza.
A leitura do livro “Não Sei e Jamais Saberei” impressiona, pois revela além do médico competente e cientista emérito, o escritor, este com traços e inquietudes filosóficas. E por que não teleológicas. Questionamentos profundos afloram. Qual o sentido da vida, e na vida.
Sutilidades à parte, aprofunda análises minuciosas no campo da física, da química e da biologia. Preciso discorre sobre a origem do universo, o surgimento da terra e, sobretudo a origem da vida e sua evolução.
Talvez por ter escrito o livro enquanto lutava pela vida – maldito câncer –, talvez isso tenha aguçado nele o homem de ciência presente no
seu dia a dia; daí externa-la com imensa sabedoria.
A ciência trava uma batalha monumental, sem dúvida, ao prospectar os sinais evolutivos das espécies e as mazelas que lhe são peculiares, um eterno desafio. Fiuza discorre sobre isso: crenças, estudos científicos, relações sociais. Poder. A questão da ética. Cita ícones tanto no campo científico como na literatura. E não resta dúvida: a humanidade, embora os sobressaltos, tem evoluído para melhor. A ciência liberta na medida em que derruba preconceitos. Aponta novos rumos. Melhora com isso a qualidade de vida das pessoas. Em síntese: estimula relações sociais proativas. Sociedades mais solidárias.
Após longa elocubrações sobre o papel da consciência reitera: vale a pena levar uma vida ética e gregária. Acima de tudo, a solidariedade é
um valor universal. O egoísmo salva o indivíduo, a solidariedade, a espécie.
No prefácio de sua obra ponderou: “Amigo e companheiro de muitas décadas – Zabot - , receba este livro e me ajude a decifrar essas
questões”.
Foi-se o guerreiro antes de podermos conversar sobre essas questões de fundo. Uma pena, pois havia recomendado a ele que lesse a obra:
Médico de Homens de Almas de Taylor Caldwel. Sim, leria, informou.
O livro sobre Lucano - o apóstolo São Lucas, como Fiuza, médico -, é simplesmente arrebatador. Lucas foi o primeiro gentio de ascendência
grega a se converter ao cristianismo. Médico respeitado no Império Romano. Intelectual de nomeada.
Certamente, interpretar o universo, sua amplitude e desafios, escapa ao comum dos mortais. Glauco Olinger, notável agrônomo catarinense
na altura de seus 102 anos não vacila nesse sentido:
- “Há uma lógica inexorável no universo e isso não vem do nada”. O todo prevalece sobre a parte; e a ordem sobre a desordem. Simetrias abundam, especialmente na geometria. Se não sabíamos que iriamos existir e existimos, imaginem o quão pouco sabemos do porvir.
E nesta hora vem-me à mente as sábias palavras de Konstantin Tsiolkolsky, autodidata e pai da cosmologia russa: “ Tudo o que homem
sabe, e tudo que o a saber, é nada diante do que nunca saberá”. Mestre Fiuza, grato pela ousadia. Recomendamos a leitura. Um best-sellers, palavras do acadêmico Walter Guerreiro.
Joinville, 17 de novembro de 2024
Onévio Zabot
Engenheiro Agrônomo
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