Mudanças no trânsito do Bom Retiro geram revolta e pedidos de solução em audiência pública
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Foto: CVJ / Divulgação -
Moradores lotam escola para relatar transtornos, sugerir melhorias e cobrar fiscalização mais eficiente no bairro após alterações viárias
Cerca de 200 pessoas participaram, na última segunda-feira (31), de uma audiência pública promovida pela Comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores de Joinville, para debater os impactos das recentes mudanças no trânsito do bairro Bom Retiro. O encontro aconteceu na Escola Municipal Plácido Olímpio de Oliveira e reuniu moradores, comerciantes, estudantes e representantes da Prefeitura.
Durante duas horas, mais de 30 cidadãos se manifestaram, trazendo relatos sobre dificuldades enfrentadas após a implantação de rotatórias, mudanças de sentido de vias e alterações de fluxo. Entre os temas mais citados estavam o aumento do barulho, o tempo de deslocamento, a insegurança para pedestres e ciclistas, além da confusão com a nova sinalização.
A rua Dom Bosco, onde está localizada a escola e uma das principais vias afetadas pelas mudanças, foi amplamente mencionada. Ela se tornou rota alternativa após o início da duplicação da avenida Santos Dumont, no trecho entre a Paróquia Santo Antônio e a rua Dom Bosco.
Queixas por ruas
Na rua Rezende, moradores como Walquiria Watanabe e Celito Kuntz relataram aumento do tráfego, barulho constante e questionaram a impossibilidade de manter a via em mão dupla. A principal demanda do grupo foi por medidas de segurança, como a implantação de faixa elevada e desvio de caminhões.
Já os moradores da rua Nova Trento, como Bruno Souza, demonstraram frustração com o aumento no tempo de deslocamento diário, especialmente no trajeto entre casa e escola. Segundo Bruno, o trajeto que antes levava 13 minutos agora chega a 40.
Na rua General Câmara, críticas se concentraram na confusão causada pelo trecho com sentido duplo misturado ao sentido único predominante, além da má sinalização. O empresário Otanir Mattiola alertou para o risco de acidentes e sugeriu a implantação de uma rotatória no cruzamento com a Tenente Antônio João.
A rotatória implantada entre as ruas Santos Dumont e Dom Bosco também foi alvo de reclamações. O morador Osmar Cattoni afirmou que muitos motoristas se confundem ao entrar nas faixas. A moradora Ester ironizou a situação, chamando o local de “paratória”, criticando a ausência de fiscalização no período inicial da mudança.
Ciclistas e fiscalização
A falta de fiscalização também foi abordada. O estudante Moisés João Ferreira denunciou o uso indevido da ciclofaixa da rua Dom Bosco por motociclistas, principalmente nos horários de entrada e saída de alunos da escola.
Judson Reinert, ex-integrante da antiga Conurb, sugeriu reforço na presença de agentes de trânsito para orientar motoristas e garantir o respeito às novas normas de circulação.
Obras futuras e promessas
Representantes das secretarias de Planejamento Urbano (Sepur) e de Proteção Civil (Seprot) acompanharam a audiência. Paulo Henrique Klein, diretor executivo da Sepur, anunciou que a licitação para a duplicação do trecho final da avenida Santos Dumont — entre a rua Dom Bosco e a rotatória da Univille — será lançada ainda neste trimestre. A expectativa é de que as obras comecem entre junho e julho.
A audiência foi presidida pelo vereador Lucas Souza (Republicanos), com participação dos demais integrantes da Comissão de Urbanismo: Adilson Girardi (MDB), Vanessa Falk (Novo), Wilian Tonezi (PL) e Liliane da Frada (Podemos), além dos vereadores Érico Vinicius (Novo) e Pastor Ascendino Batista (PSD).
Apesar da grande participação popular e das propostas apresentadas, a audiência foi encerrada sem que os representantes das secretarias municipais pudessem responder às sugestões dos moradores.
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