Mais de 60% dos usuários dos Restaurantes Populares de Joinville vivem em risco alimentar grave
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Foto: CVJ / Divulgação -
Coordenador do Instituto destaca a grave realidade alimentar e os desafios enfrentados pelas famílias de baixa renda
Em uma reunião realizada nesta quarta-feira (5), o coordenador-geral do Instituto Amor Incondicional (Aminc), Rodrigo Pinheiro, apresentou números alarmantes sobre a situação alimentar de Joinville, destacando que mais de 60% dos usuários dos restaurantes populares da cidade são pessoas em risco alimentar grave, ou seja, indivíduos que não têm condições de garantir ao menos três refeições balanceadas por dia.
Durante a apresentação aos vereadores da Comissão Especial sobre Pessoas em Situação de Rua, Pinheiro revelou que, em 2024, foram servidas 125,3 mil refeições para pessoas em efetiva situação de rua. Além disso, o público geral, que inclui pessoas em risco alimentar grave, consumiu 233 mil refeições no total. A população em situação de rua foi identificada pelo Instituto Aminc com base em levantamentos realizados por meio de abordagens sociais. Estima-se que cerca de 500 pessoas nessa condição residam em Joinville.
O coordenador do Instituto destacou a importância dos restaurantes populares Bucarein e Adhemar Garcia, que atendem não apenas a população em situação de rua, mas também pessoas de baixa renda. Ele explicou que, no café da manhã, 21% das refeições são consumidas por pessoas em situação de rua, enquanto o restante é destinado ao público geral. No almoço, 28% das refeições atendem os moradores de rua, e, na janta, esse número cai para 19,4%.
Rodrigo Pinheiro esclareceu que os restaurantes populares não devem ser vistos como pontos de atração para moradores de rua, mas sim como locais onde pessoas que enfrentam dificuldades financeiras podem garantir uma alimentação balanceada. "Estamos falando de idosos que não têm condições de arcar com remédios, aluguel e alimentação, mães solo de baixa renda, famílias que vieram à cidade em busca de trabalho, e pessoas enfermas que necessitam de uma alimentação que os ajude na cura", afirmou Pinheiro.
O Instituto Aminc opera com 25 profissionais em Joinville, divididos em dois turnos de 12 horas. Em 2024, a média mensal de abordagens sociais foi de 367, totalizando 2.382 pessoas abordadas ao longo do ano. No entanto, Pinheiro ressaltou que esse número não representa o total de pessoas em situação de rua, já que é comum que uma mesma pessoa seja abordada várias vezes.
O coordenador também destacou que Joinville é uma cidade de passagem para muitas pessoas em situação de rua. A cada mês, em média, 180 novas pessoas chegam à cidade, mas a maioria segue em direção a outros destinos. Entre aqueles que permanecem na cidade, a maior parte é composta por homens e mulheres na faixa etária de 18 a 54 anos.
Pinheiro concluiu sua apresentação enfatizando os desafios enfrentados por essas populações e a importância do trabalho contínuo para garantir a segurança alimentar e o acolhimento de quem mais precisa.
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