Escola Municipal de Ballet de Joinville comemora 50 anos
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Foto: Prefeitura de Joinville/ Divulgação -
A festa para comemorar os 50 anos da Escola Municipal de Ballet (EMB) da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, nesta sexta-feira (6), contou com apresentações de dança do grupo infantil que encantaram os presentes com “Früiling” (dança popular) e “Liza, uma estrela” (jazz). As coreografias foram criadas pelos professores Ronald Almir Soares e Paula Vianna Pinto Cordovil Lepiski.
A celebração contou com a inauguração da escultura “Contraponto” criada pela artista e designer Marcia Lepage para o cinquentenário da Escola. Desenvolvida com metal e vidro, a peça representa um tutu de bailarina.
Na visita guiada promovida pelo Arquivo Histórico de Joinville, os participantes puderam conhecer sobre a história da Escola Municipal de Ballet e também da dança. Em julho, durante o 42º Festival de Dança, haverá uma exposição sobre os 50 anos da Escola. Neste período também estão previstas visitas guiadas ao Arquivo com a mesma temática apresentada nesta sexta-feira.
Segundo o secretário de Cultura e Turismo Guilherme Gassenferth, com a fundação da Escola Municipal de Ballet foi lançada a semente para que hoje a cidade seja reconhecida como a Capital Nacional da Dança. “A história da dança em Joinville não iniciou há 50 anos com a fundação desta escola, mas a institucionalidade pública e a democratização da dança sim”, afirma.
Atualmente, são 220 estudantes matriculados nos cursos de ballet clássico, jazz, sapateado, consciência corporal e teoria da dança. Com baixo valor de mensalidade e bolsas de estudo, a Escola Municipal de Ballet recebe crianças, adolescentes e adultos. “Além de formar centenas de bailarinos ao longo de todos estes anos, nossa missão é formar cidadãos”, afirma a gerente da Casa da Cultura, Carol Maffezzolli.
Conheça um pouco da história da Escola Municipal de Ballet
Considerada uma das principais escolas de dança de Joinville até a chegada da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil em 2000, foi na Escola Municipal de Ballet que surgiu o Festival de Dança de Joinville, que neste ano chega a sua 42ª edição.
O idealizador foi o coordenador da Escola na época, Carlos Tafur, em conjunto com a diretora Albertina Tuma e apoio do professor Miraci Deretti. Eles criaram o evento competitivo que, décadas depois, foi considerado o maior festival de dança do mundo. Até a criação do Instituto Festival de Dança, em 1999, a Casa da Cultura era a central de coordenação do evento.
Por anos, a Escola formou bailarinos que partiram para integrar grupos e companhias do Brasil e do mundo e também de outras áreas das artes. Várias estudantes integraram a primeira turma da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.
Também recebeu professores e coreógrafos renomados como Mário Nascimento, Sigrid Nora, Ana Teixeira, Jussara Miranda, Cecília Kerche, Tíndaro Silvano, Ramona de Saá, Eta Spadari e Jair Moraes. Este último foi ícone da dança, destacando-se no Teatro Municipal de São Paulo, Ballet Gulbenkian, em Lisboa, e no Ballet do Teatro Guaíra, em Curitiba. Formou em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, o Grupo Raízes e, mais tarde, o Grupo Experimental da Escola Municipal de Ballet.
Jair Moraes foi coordenador da Escola Municipal de Ballet na década de 90 e realizou diversas curadorias artísticas na escola, deixando um grande legado de obras coreográficas, tanto na parte artística, quanto na metodologia de ensino. “Canções”, coreografada por Moraes, foi uma dessas obras que conquistou o primeiro lugar em dança moderna e contemporânea, além de receber o prêmio de melhor coreografia do Festival de Dança de Joinville de 1993.
Em 1997, o professor e coreógrafo Marcos Sage formou o Grupo Juvenil da Escola e, deste ano até 1999, conquistou, com seus bailarinos, o pódio do Festival com as coreografias “Espelhos da Alma”, “Transição” e “Weltlos Fragmentos”. Outras obras como “Correndo Atrás de Mim”, de Mário Nascimento, e “Referências”, de Sigrid Nora, também foram premiadas neste período.
Prêmios fazem parte das conquistas da Escola
Outros prêmios importantes conquistados pelo Grupo Juvenil da Escola Municipal de Ballet foram os primeiros lugares e prêmios de criatividade no Prix de Dança, em São Paulo, e o de melhor grupo no Festival de Itajaí.
Também ocorreram premiações em festivais como o Passo de Arte, em Santos, Festival Internacional de Dança da Bahia, Santa Maria em Dança, Festival do Triângulo Mineiro, Prix de Dança em São Paulo, Festival de Danças de Niterói, no Rio de Janeiro, Festival Internacional de Danza em Assunción (Paraguai), entre outros. Todos estes trabalhos eram assinados por Marco Sage e Jair Moraes.
Em 2013, a Escola Municipal de Ballet passou pela curadoria de Cristina Helena e Márcio Melo, sob coordenação de Elisete Demonti, e surgiu a possibilidade da formação da Companhia Municipal de Dança. Em 2015, a Escola foi agraciada com a medalha de Mérito Cultural Cruz e Souza, considerada a maior honraria da área cultural em Santa Catarina.
Outros destaques da Escola Municipal de Ballet e Grupo Juvenil foram os bailarinos Rodrigo Hermesmeyer, Ana Leimann e Luciana Voltolini. Após deixarem a escola, seguiram carreira profissional nos Estados Unidos, Canadá e Alemanha.
Rodrigo foi finalista do Prix de Lausanne, na Suíça, e atualmente é solista no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ana Leimann é professora no Canadá e Luciana se despediu dos palcos ano passado no StaatsBallett Berlin, na Alemanha.
Parte dos professores e dos coreógrafos da escola são ex-alunos como Elizete Demonti, Alessandra Hilario, Pedro Morales e Marcos Sage, que é professor residente desde 1991.
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