Coqueluche atinge recorde de casos em Santa Catarina
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Foto: Banco de imagens/Freepik -
Maioria dos casos ocorre em bebês
Santa Catarina registrou em 2024 o maior número de casos de coqueluche dos últimos 10 anos, com 263 confirmações da doença. O número acende o alerta, especialmente porque a maioria dos casos ocorreu em bebês menores de um ano, resultando em três óbitos de recém-nascidos entre um e dois meses de idade.
Para conter o avanço da doença, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância da vacinação de gestantes e crianças. A imunização, segundo especialistas, é a forma mais eficaz de proteger os grupos mais vulneráveis, especialmente lactentes que ainda não completaram o esquema vacinal.
Vacinação como principal arma
A vacina tríplice bacteriana (dTpa), aplicada durante o pré-natal, é essencial para proteger mães e recém-nascidos. Ela imuniza contra difteria, tétano e coqueluche, garantindo que os anticorpos da mãe sejam transmitidos ao bebê até que ele receba as três doses da vacina pentavalente, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade.
De acordo com dados da SES, em 2024 a cobertura vacinal com a dTpa atingiu 88,37%, enquanto a pentavalente alcançou 90,25%. Esses índices são considerados positivos, mas ainda insuficientes para conter a transmissão da coqueluche, de acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Dr. Fábio Gaudenzi.
“O aumento de casos está relacionado a fatores como cobertura vacinal abaixo da meta, esquemas incompletos e diminuição da imunidade ao longo do tempo. A vacinação contínua e o monitoramento de surtos são fundamentais para o controle da doença”, explicou Gaudenzi.
Sintomas e cuidados
A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis e afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca e falta de ar. A doença é altamente transmissível, sendo disseminada por gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar.
Nos estágios iniciais, os sintomas podem ser confundidos com os de um resfriado, incluindo mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Na progressão da doença, a tosse torna-se severa e pode levar a vômitos, cansaço extremo e comprometimento respiratório.
Os sintomas geralmente duram de seis a dez semanas, podendo se estender em casos mais graves. Diante de suspeitas, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente.
Prevenção depende de esforços coletivos
O infectologista Marcos Paulo Guchert, do Hospital Infantil Joana de Gusmão, destacou a importância da imunização ampla. “A vacinação é essencial, especialmente para gestantes, para proteger os recém-nascidos até que completem as doses necessárias. Manter uma alta cobertura vacinal em toda a população evita a circulação da bactéria e protege os mais vulneráveis”, reforçou.
A coqueluche pode ser evitada com ações coordenadas entre governo, profissionais de saúde e sociedade. Todas as vacinas indicadas para gestantes e crianças estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde de Santa Catarina, conforme o Calendário Nacional de Vacinação do SUS.
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