Coqueluche atinge maior pico em 10 anos em SC
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Foto: DIvulgação -
Doença que ataca as vias respiratórias é altamente infecciosa e atinge principalmente crianças
Tosse persistente, respiração ofegante, secreção nasal, febre e fadiga. Os sinais se assemelham aos sintomas gripais, mas podem indicar a presença de uma doença não tão comum, mas altamente infecciosa: a coqueluche.
A doença que pode atingir qualquer pessoa, é mais comum em bebês menores de seis meses de idade, que ainda não foram completamente vacinados e estão mais vulneráveis. No entanto, adultos e adolescentes também podem contrair a doença, especialmente porque a imunidade fornecida pela vacinação na infância pode diminuir ao longo do tempo.
Conforme dados divulgados neste mês de janeiro pelo Ministério da Saúde, foram 263 casos registrados em 2024, número elevado quando comparado ao ano anterior, que teve apenas dois casos registrados. Este foi o maior número de casos em 10 anos no estado.
Segundo o relatório, SC foi o sexto estado com o maior número de casos em 2024, superando 2014, com 244. Em comparação a outros estados, Santa Catarina ficou atrás do Rio Grande do Sul (320), Rio de Janeiro (508), Minas Gerais (643), São Paulo (1.329) e Paraná (2.423).
De acordo com a docente do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera de Joinville, Carina Porciuncula Alegrini, a coqueluche é causada pela bactéria Bordetella Pertussis, que se aloja nas vias respiratórias.
“A transmissão ocorre através de gotículas expelidas durante espirros e tosse, ou mediante contato com itens contaminados por secreções. É possível que alguém seja portador do microrganismo e não apresente sintomas, aumentando assim o potencial de disseminação da doença”, alerta.
A especialista explica, que a bactéria se aloja no nariz e na faringe, e o perigo pode surgir depois que ela migra para traqueia, brônquios e pulmões. “As fases posteriores são caracterizadas por crises de tosses intensas que podem provocar chiados, cianose e vômitos, devido ao esforço para respirar”, destaca.
Carina ressalta que o tratamento da coqueluche é feito com uso de antibióticos que ajudam a combater a infecção e reduzir a gravidade dos sintomas; medicamentos que aliviam a tosse e isolamento da pessoa contaminada, já que se trata de uma infecção de fácil contágio. “Todas as medidas preventivas devem ser aplicadas, sempre respeitando a orientação médica, pois cada organismo pode reagir de forma diferente de acordo com a agressividade da bactéria e histórico de saúde”, salienta.
Prevenção
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir a coqueluche e é frequentemente administrada como parte da vacinação infantil de rotina, é recomendada para bebês e crianças em várias doses, começando aos 2 meses de idade. Além disso, vacinas de reforço são recomendadas para adolescentes e adultos, pois a imunidade conferida pela vacina pode diminuir ao longo do tempo.
“Mulheres grávidas podem receber a vacina contra a coqueluche, idealmente entre a 27ª e 36ª semana da gestação. Isso ajuda a proteger o recém-nascido, já que os anticorpos passam da mãe para o bebê antes do nascimento, proporcionando proteção temporária até que o bebê possa receber suas próprias imunizações”, enfatiza.
- Vacina DTPa: A vacina tríplice bacteriana acelular (DTPa) protege contra difteria, tétano e coqueluche. É administrada em várias doses durante a infância.
- Vacina dTpa: A vacina tríplice bacteriana acelular para adolescentes e adultos (dTpa) é recomendada para reforço, especialmente para mulheres grávidas e pessoas que convivem com bebês.
Além disso, a especialista alerta para a prática da boa higiene, pois isso ajuda na prevenção e propagação da coqueluche e outras doenças respiratórias. “Todos devem lavar as mãos regularmente com água e sabão, cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar (preferencialmente com um lenço de papel descartável ou o cotovelo flexionado) e evitar o contato próximo com pessoas doentes”, alerta.
A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE) tem emitido alertas recorrentes com a indicação de que o melhor meio de se prevenir contra a coqueluche é se vacinando. No SUS, em atenção ao Calendário Nacional de Vacinação, ela é oferecida para crianças a partir de 2 meses de vida até menores de 7 anos, com esquema primário recomendado composto por três doses da vacina penta.
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