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LETRINHAS DO RDB

Garotos que construíram a sede do 25 de Agosto - Roberto Dias Borba

  • - ROBERTO DIAS BORBA Joinvilense - jornalista. Filho de João Sotero Dias de Borba e Veronica Ida Borba. Casado com Vilma Ramos Borba. Pai de Ubiratan, Paulo César e Rubens. Nasci, me criei e conheci o esporte no bairro Glória - em Joinville. Três minutos, três gols era o lema do Leão do Alto da rua 15 - o Glória de tanta tradição, história e craques da bola. A minha trajetória na imprensa começou oficialmente em agosto de 1975, no extinto Jornal de Joinville. O maior período de atuação, mesmo distribuído em duas oportunidades, foi em A Notícia, por exatos 24 anos e oito meses. O

O início de 1974 prometia ser de muita bola. Depois que Ricardo Alberto Strobel, o goleiro Dilo da época e agora próspero contabilista, me reencontra numa casualidade. Havíamos estudado no Ginásio Álvaro Souza, uma continuação do Grupo Escolar Germano Timm, e não perdeu tempo para me avisar da novidade: "Vai lá no 25. Estão treinando todo sábado de tarde para disputar o juvenil da Liga". Já peguei o bonde andando. Foram para mim três semanas de muita adrenalina, muito mais pela expectativa de poder participar de um campeonato oficial, mesmo reconhecendo a falta de qualidade de quem aparecia para treinar.

Auri Coelho entregava as camisas. As chuteiras podiam ser escolhidas entre centenas, com a grande parte já esticada e repuxada pelo tempo, e podíamos jogar conforme desejávamos ou achávamos que jogássemos alguma coisa. Entre tantos e, ao mesmo tempo, escassos talentos, apenas o saudoso Mário Diogo sobreviveria em campeonatos adultos. Chegou lá como candidato a ponta direita. E se destacou na Ponte Preta do Jarivatuba como lateral direito. Outro talento que só foi se destacar mais pra frente foi Ademar Michels, mas na música, sendo o consagrado Dema.

Tudo era para ser mais um sábado, com a esperança de aparecer alguns reforços, ou com pinta de jogador para encorpar o grupo. Este era o meu pensamento a partir do momento em que comecei as pedaladas em minha Monark desde a saída de casa, lá no bairro Glória. Logo que entrei na rua Iguaçu observei uma coisa diferente.

"Acho que foi tudo por água abaixo", pensei. E não deu outra. Cada garoto que ia chegando ficava surpreso com aqueles senhores, muitos barrigudos. O balde de água fria veio com as palavras de um bigodudo e que bem mais tarde iria identificar como Osni Liermann e que seria meu grande amigo. Naquele momento, Osni estava investido na função de diretor do 25 de Agosto. Ele teve que nos passar a triste notícia: "Agradecemos a presença de vocês, mas estamos abrindo mão do time juvenil. É que a diretoria estará investindo na construção da sede, precisando para isso alugar o campo para o pessoal do Patinhas".

Vida que segue. Foi uma decepção momentânea, mas nunca que fosse ser motivo de frustração. Por sinal, o 25 de Agosto passou a ser um clube que admiro, junto com os diretores de diferentes épocas. A desculpa de Liermann naquele dia foi transformada em resposta realista com a construção da sede em alvenaria. Antes, o patrimônio do clube era um simples galpão de madeira. E só. No ano seguinte voltei ao Estádio Otto Klemke, como funcionário da Lumière, quando tive a chance de realizar três bons jogos pelo setor que trabalhava. Um empate, uma derrota (quando estive em campo foi 1 a 1) e uma vitória. Tudo muito discreto e com a oportunidade de me divertir jogando bola.
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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de "Glória´s do Menino Jornalista", uma coletânea de textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos. Aguardo seu contato para prestar mais detalhes.Contato: rdbjoinville@gmail.com



 

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