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LETRINHAS DO RDB

Talento com a bola nos pés e nas mãos - Roberto Dias Borba

  • - ROBERTO DIAS BORBA Joinvilense - jornalista. Filho de João Sotero Dias de Borba e Veronica Ida Borba. Casado com Vilma Ramos Borba. Pai de Ubiratan, Paulo César e Rubens. Nasci, me criei e conheci o esporte no bairro Glória - em Joinville. Três minutos, três gols era o lema do Leão do Alto da rua 15 - o Glória de tanta tradição, história e craques da bola. A minha trajetória na imprensa começou oficialmente em agosto de 1975, no extinto Jornal de Joinville. O maior período de atuação, mesmo distribuído em duas oportunidades, foi em A Notícia, por exatos 24 anos e oito meses. O

O sol de janeiro de 1972 estava queimando até pensamento. Nem por isso, a bola ficou longe por muito tempo de nosso convívio. Era uma coisa comum e rotineira para os adolescentes daquela época. Afinal, queríamos nos divertir. Era desta maneira que encontrávamos o melhor passatempo. Só que esta seria uma mudança por completo, não só de comportamento e também de uma nova posição dentro de campo. É que o amigo Jonas Lionel Seifert já havia tomado a decisão. Estava largando a promissora carreira de meio campo para se fixar debaixo dos três paus. Seria a partir de agora goleiro. Para começar a praticar na arte de catar bolas, ele simplesmente determinou que eu seria seu treinador ou teria a função de ficar chutando tantas vezes fosse necessário para ele se acostumar com a nova função.

Os nossos treinos foram lá mesmo no cenário preferido - o campo do Glória, ainda sem que o seu Paulo Enke tivesse vontade suficiente para baixar o gramado. Aliás, mato mesmo. Até que aquele exercício ajudou a baixar um pouco aquele cenário de floresta. Em pouco tempo, Jonas já estava sendo craque no gol como foi com a bola nos pés. Tínhamos uma certeza para a formação do futuro time infantil. A camisa 1 já tinha dono. A certeza durou pouco, pois quando o campeonato estava prestes a começar o nosso único titular foi reforçar o Caxias.

Jonas foi o atleta destaque no certame dente de leite de 1970, defendendo o América, como meia armador. Ganhou o prêmio e a comparação com Zanata, do Flamengo, pelo estilo e qualidades do craque do time carioca, além da semelhança - os dois eram loiros e bons de bola. A atração pelo gol foi maior e levou Jonas a sonhar com o futuro. Num tempo em que goleiro era o camisa 1, ele passou a jogar com o número 82 nas costas. Para ele, seria o ano em que chegaria à seleção brasileira. Sem falsa modéstia, futebol para isso tinha de sobra. E não se fala aqui unicamente pela amizade, mas pelas suas qualidades.

Antes do término da Copa de 1974, Jonas perdeu a principal batalha, que foi pela vida. Uma simples unha encravada acabou abreviando sua passagem por este plano terreno. Ficaram as boas histórias, inúmeras peladas em campinhos de chão batido, além das idas para ver os jogos de Caxias (alguns treinos no início de 1973) e América, e uma amizade que transcende esta vida.

arquivo família Seifert/ Jonas, o garoto prodígio com a bola nos pés e com as mãos

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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de "Glória´s do Menino Jornalista", uma coletânea de textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos. Aguardo seu contato para prestar mais detalhes.

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