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LETRINHAS DO RDB

Porta de hotel se abre com machado

  • - ROBERTO DIAS BORBA Joinvilense - jornalista. Filho de João Sotero Dias de Borba e Veronica Ida Borba. Casado com Vilma Ramos Borba. Pai de Ubiratan, Paulo César e Rubens. Nasci, me criei e conheci o esporte no bairro Glória - em Joinville. Três minutos, três gols era o lema do Leão do Alto da rua 15 - o Glória de tanta tradição, história e craques da bola. A minha trajetória na imprensa começou oficialmente em agosto de 1975, no extinto Jornal de Joinville. O maior período de atuação, mesmo distribuído em duas oportunidades, foi em A Notícia, por exatos 24 anos e oito meses. O

Da redação - Roberto Dias Borba - 1º/10/2022 - 8h01min - Os Jogos Abertos de 1984 teriam uma novidade. A televisão estaria transmitindo ao vivo o congresso técnico. A TV Planalto de Lages, com Mário Motta no comando. Nem por isso, o jornal A Notícia deixaria de estar presente. E para Concórdia partimos a bordo do mais confortável dos carros - um Fusca. A diferença é que o carrão estava sendo pilotado por Alaor Paixão, um mestre do banjo, mas desta vez sem fazer dupla com o inseparável Palmiro.

A caminhada foi longa e a chegada no centro da pujante e próspera Concórdia foi no horário. E de cara ficamos sabendo que a hospedagem não seria possível no Hotel Alvorada, com a lotação esgotada. O congresso, com o tradicional sorteio das chaves de modalidades coletivas, teve os devidos recados repassados aos representantes dos municípios, quando tivemos que iniciar a viagem de retorno.

Ainda restava passar o texto e as fotos para Joinville, que ocorreu em Joaçaba, com o apoio de Glicério Morgan, um patrulheiro rodoviário, que coordenava a sucursal joaçabense. O trabalho estava completo e o cansaço já estava tomando conta dos nossos corpos cansados, muito mais tranquilos por saber que o Hotel Jaraguá tinha o leito para nosso descanso.

Depois de matar a fome, num jantar que Glicério nos acompanhou e ainda trouxe Mario Serafim para reforçar na distribuição de piadas, o fotógrafo não estava satisfeito sem que terminasse o dia (ou talvez adentrar a madrugada) sem degustar uma cerveja bem gelada. Motorista e repórter não tiveram mais do que o tempo certo de tomar banho e cada um cair em sua cama.

Num quarto de dois ambientes, era cada um em seu canto roncando o que podiam. A noite já estava bem encaminhada, quando chega o fotógrafo. Toca a campainha e ... nada. Bate, bate e não adianta. Será que estes dois estão nesse quarto, questionou o retardatário. Foi na recepção e buscou reforço. O hotel inteiro já estava com as orelhas em pé, mas quem deveria abrir a porta não tinha ouvidos para tanta súplica.

A lâmpada das boas ideias acendeu. A última alternativa seria ir no quarto ao lado e bater na janela dos dorminhocos com um cabo de vassoura. A balbúrdia me fez pensar que o sonho estava sendo real. Cambaleando de sono, levantei e me assustei com uma voz ameaçadora: "Abra a porta se não vou quebrar tudo com um machado. O pessoal da recepção já está orientada para isso. E vai colocar a despesa na conta de vocês dois". Nada melhor do que pedir com jeito para atender o cansado fotógrafo. A porta finalmente foi aberta com dois giros da chave.

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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de "Glória´s do Menino Jornalista", uma coletânea com mais de 600 textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos. Aguardo seu contato para prestar mais detalhes, através do e-mail: rdbjoinville@gmail.com
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