Em 1988, quando já havíamos cumprido uma maratona de eventos e o cansaço já tomava conta, e tínhamos como certa a chegada do final daquela temporada, quando surge uma nova competição em Santa Catarina. E lá vamos nós, junto com Narciso Batista e Roberto Adam, para a cobertura dos 1ºs Joguinhos Abertos. Por iniciativa do presidente da Fesporte, Felipe Abrão Neto, o Feio, o ponto de partida seria em sua cidade, Curitibanos (ele é natural de Curitiba, mas adotou a região desde que chegou aos campos catarinenses).

Blumenau simplesmente boicotou a edição de estreia dos Joguinhos, enquanto Joinville foi apenas com as equipes que estavam sob o amparo de patrocinadores. O título geral ficou com Concórdia, aparecendo outros municípios menores com seus atletas que nunca imaginaram ter uma chance igual a esta. Por este motivo, antes de 16 a 19 anos e atualmente de 15 a 18 anos, os novos talentos passaram a competir num evento exclusivo para os jovens.

Os três principais jornais catarinenses da época - O Estado, A Notícia e o novato Diário Catarinense - acompanharam as disputas. Os patrões gostaram da ideia por não ter gastos com alimentação e hospedagem com suas equipes. Ficamos alojados no salão paroquial e lá também eram feitas as refeições (um cardápio de dar água na boca). O mesmo tratamento não tiveram os garotos do xadrez de Joinville. Depois de uma reportagem, em que abordei os pequenos campeões da resistência e da insistência, a Divisão de Esportes (agora Sesporte) resolveu enviar o chefe do setor financeiro, Jurandir Moreira, para ajeitar a situação. Chegou numa Kombi, olhou como estavam os garotos, deixou alimentos e uma parte em espécie e retornou.

A partir da edição seguinte, em Lages, os municípios passaram a dar mais atenção e a devida valorização para os Joguinhos e seus atletas. Santa Catarina tem, a partir da Olesc (atletas com idade de 13 a 16 anos), tem uma constante formação de atletas e cidadãos.

Duas décadas depois, passei de repórter a presidente da comissão organizadora. Esta peripécia ocorreu em 2008, quando Joinville sediou a primeira e até agora a única vez a competição juvenil estadual. A cidade conseguiu contornar uma grave situação da falta de manutenção dos locais de competição. Mesmo assim, sediou um bom evento, sem atropelos. Na época, recebemos o aval do prefeito Marco Tebaldi e do presidente da Felej (atual Sesporte), Jair Bujica da Costa.

Uma tarefa e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade que tivemos a satisfação de compartilhar com os experientes Jair Venâncio, Celso Ramos Sedrez e João Egberto Nicola Nicolak.

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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de “Glória´s do Menino Jornalista”, uma coletânea com mais de 600 textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos.

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