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LETRINHAS DO RDB

Excursão para o centro da terra - Roberto Dias Borba

  • - ROBERTO DIAS BORBA Joinvilense - jornalista. Filho de João Sotero Dias de Borba e Veronica Ida Borba. Casado com Vilma Ramos Borba. Pai de Ubiratan, Paulo César e Rubens. Nasci, me criei e conheci o esporte no bairro Glória - em Joinville. Três minutos, três gols era o lema do Leão do Alto da rua 15 - o Glória de tanta tradição, história e craques da bola. A minha trajetória na imprensa começou oficialmente em agosto de 1975, no extinto Jornal de Joinville. O maior período de atuação, mesmo distribuído em duas oportunidades, foi em A Notícia, por exatos 24 anos e oito meses. O

Jogar bola sempre foi e deverá continuar a ser o desejo de todo garoto. Independente onde ocorra a peleja. Pode ser do lado de sua casa e melhor ainda se juntar a bola com um passeio. Estes foram os ingredientes quando Puskas, nascido Valdir dos Reis (filho do craque Euclides dos Reis), nos fez a proposta para um amistoso contra o juvenil do Baependi em Jaraguá do Sul, com direito a viagem de trem.

O domingo estava apenas amanhecendo e já colocamos os pés na rua para chegar até a estação ferroviária. A maioria da deleção era conhecida da escola, enquanto o restante era tudo novo. O chacoalhar do trem foi embalando o imaginário. Na chegada em solo jaraguaense, desfilamos pelas ruas até a parada para o café em uma bar ao lado da antiga prefeitura, na avenida Marechal Deodoro da Fonseca.

Abastecidos, a peregrinação continuou e seria agora em direção do Estádio Max Wilhelm, com direito a passar sobre a ponte de ferro (exclusiva para passagem de trens). Um pequeno corte do trajeto, onde iríamos passar mais duas vezes. A ida ao local do jogo não era propriamente para o jogo. E sim para o "reconhecimento do gramado", conforme a programação de Puskas.

Troca de roupa providenciada para chegar ao gramado e o dito treino feito, voltamos ao centro para o almoço. O meu cardápio foi pão e pastel, que deixei uma parte para o jantar. Pontualmente às 13h30 entramos para o sonhado amistoso. Puskas, que também jogou, chamou cada um individualmente para uma conversa para passar as instruções. "Você lembra da função do Piazza na Copa de 1970? Quero você um pouco mais à frente", foi a instrução. Não entendi o que seria este "um pouco mais à frente". Seria eu um quarto zagueiro ou um volante. A descoberta de onde deveria ficar ocorreu com a bola rolando, depois que observei que atrás de mim só tinha o goleiro. Até aí o Baependi já tinha feito dois gols.

Antes de entrar em campo, recebemos a informação que o "time deles" tinha um ponta direita surdo e mudo, mas que corria mais do que o vento. Era verdade. O rapaz não ouvia e nem falava um ai, e ainda fez um alvoroço bem do lado que eu estava, marcando dois gols. Sai logo depois de começar o segundo tempo. A sombra da velha arquibancada de madeira era uma maravilha.

Depois de sofrer dois gols logo de cara, o nosso time parecia que tinha condições de reagir, desde que soubesse que posse de bola já era importante naqueles tempos. O nosso gol de honra foi marcado por Laranjinha (irmão mais novo do Laranjinha original), que tinha o jeito de boleiro do restante da família. O estilo era próprio e incomum para a época, usando uma inédita chuteira branca.

Divulgação/Vista aérea das atuais instalações do Clube Atlético Baependi

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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de "Glória´s do Menino Jornalista", uma coletânea de textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos. Aguardo seu contato para prestar mais detalhes.

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