Nos filmes, as cenas mais perigosas ficam para os dubles. Na vida real isso também pode acontecer. Um exemplo desses ocorreu na redação do Jornal de Joinville, quando ainda funcionava na avenida Procópio Gomes, envolvendo dois personagens até parecidos fisicamente, mas com características bem diferentes.

Um leitor inconformado com as críticas do colunista Toninho Neves não pensou duas vezes e foi até o jornal para tirar satisfações. Antes, por informações de terceiros, ficou sabendo das características do jornalista: não é muito alto e não tem um dos braços.

O acesso direto para a redação era pelos fundos do prédio. De cara encontra um sujeito com a descrição que havia recebido, que estava comodamente sentado atrás de uma escrivaninha. A recepção foi nos moldes tradicionais, mas o visitante foi logo querendo pegar pelo colarinho o “cara sem um dos braços”.

Toninho nem estava no local naquele momento. Quem encarou a “cena de perigo” foi Divaldir Schatzmann, que exercia a função de revisor. Na altura até que os dois se equiparavam. Toninho nasceu sem o braço esquerdo, enquanto Divaldir ficou sem o braço esquerdo depois de um acidente. Depois de ser revisor no JJ, sem nunca mais correr nenhuma comparação ou risco de agressão, Divaldir foi se dedicar ao magistério.

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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de “Glória´s do Menino Jornalista”, uma coletânea com mais de 600 textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem-vindos.

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