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CINE CAFÉ

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  • - Victória Destefani Silveira de Souza - Apaixonada por cinema é estudante do Curso Técnico em Turismo no IFC, Campus São Francisco do Sul

ENOLA HOLMES VALE A PENA ? - Victória Destefani

Enola Holmes é uma garota que nunca entendeu os padrões da época em que vivia. Sua mãe a criou até seu 16º aniversário, quando desapareceu sem deixar pistas. Quando seus irmãos se dão conta da situação em que vivia, vão imediatamente visitar Enola para decidir o que fazer com ela. Porém, com vontade de descobrir o paradeiro de sua mãe, a garota foge de casa e busca seu caminho no mundo, investigado o mistério. Esta é a primeira vez que vejo Millie Bobby Brown fora de Stranger Things. Se de um lado Eleven é uma garota séria e misteriosa, Enola é mais livre e divertida, mostrando Millie de um jeito nunca visto antes. A atriz também ajudou a produzir o filme juntamente com sua irmã, buscando a ideia de deixar para traz o sombrio de Eleven e fazendo-a brilhar nas telas da televisão. 

O filme trabalha com o recurso da quebra da quarta parede, ou seja, em diversos momentos Enola conversa com o expectador. Esse recurso é sim uma ótima ferramenta, desde que usado com cautela. Na produção, a impressão que temos é não saber se a personagem está falando sozinha, se são pensamentos ou simplesmente está comentando a cena. Em Fome de Poder, por exemplo, a quebra da quarta parede foi um recurso indispensável, pois ao passo em que o protagonista conversava com o expectador estava comentando sobre a cena. Então, a quebra da quarta parede tornou-se cansativo para o filme da Enola. O Sherlock Holmes mostrado no filme tem um apelo bem sentimental. Porém, devo afirmar que como uma boa fã de mistérios, esse não é o Sherlock que conheço. Apesar disso, a figura paterna de representação do personagem resultou em uma incrível atuação e um lado familiar nunca antes apresentado nas telas de cinema. Sherlock sempre foi um homem reservado, que falava somente o indispensável e na produção vemos um apelo paternal ao personagem.  


O desenvolvimento do filme gira em torno do amadurecimento de Enola e como ela lida com suas dificuldades e desafios. O ritmo de produção é divertido, levando os personagens a encontros e desencontros, gerando o bom andamento do filme, mas com bons motivos para isso. Outro destaque para a trama é a trilha sonora, que remete muito ao Sherlock e faz a história ficar ainda mais dramática e misteriosa. A produção conta com um forte apelo aos ideais feministas da época, como a luta pelo voto. Esse ponto fica em segundo plano ao decorrer da história, mas o ainda assim é frisado quase que constantemente. O contraste entre o atual e antigo fica em contraponto quando a protagonista precisa frequentar a "escola de damas" e os questionamentos de quem a sociedade quer que Enola seja. Apesar de não ser uma discussão inédita dentro do cinema, a sequência de fatos possui uma certa atração. De todos os modos, Enola não inventa na maneira de contar, mas é uma produção divertida para assistir com a família e sabe ponderar bem o sério com o divertido. Meu coração ainda vê Sherlock Holmes como o maior e mais inteligente investigador de todos os tempos!  







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