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  • - Victória Destefani Silveira de Souza - Apaixonada por cinema é estudante do Curso Técnico em Turismo no IFC, Campus São Francisco do Sul

Mulher-Maravilha 1984: cuidado com o que você deseja - Victória Destefani

No primeiro filme da DC somos apresentados a Diana Prince, que precisa vivenciar o difícil período da Primeira Guerra Mundial. A sequência lançada em dezembro de 2020 nos leva diretamente à década de 1980, com uma estética totalmente oitentista. Nessa história, Diana necessita salvar o mundo da catástrofe causada por Max Lord e enfrentar sua arqui-inimiga Mulher-Leopardo.

 A estética da produção nos direciona à década de 1980, com muitas cores, músicas e elementos presentes na época. Essa ambientação ajuda o interlocutor a compreender em qual período de tempo estamos, decorrendo quase setenta anos desde sua primeira aparição. Porém algo que me deixou um pouco deslocada com relação ao tempo foi a falha no roteiro. Aparece um buraco temporal entre o tempo da Primeira Guerra até a década de oitenta, em que não sabemos o que ocorreu durante essa lacuna. Isso prejudica ao telespectador, pois é necessário fazer relações com a história em quadrinhos e o filme para uma melhor compreensão.

 Os personagens são bem construídos, mas ainda assim senti falta de uma protagonista mais vivaz. Nos quadrinhos, a Mulher-Maravilha mostra-se forte e capaz de salvar o mundo sozinha. Já na apresentação cinematográfica, ela é retratada com mais leveza e ternura, o que destona um pouco a caracterização da personagem. Quem merece destaque é Max Lord, interpretado por Pedro Pascal. A história do vilão e seus dramas transmitem a sensação de que todos somos acometidos pela ambição e desejo. Aliás, o maior desafio da protagonista é vencer a vontade de ambição. Mulher-Maravilha mostra-se totalmente positiva para atravessar o conflito, algo que necessitávamos ver em 2020.

A Mulher-Leopardo também foi uma das grandes surpresas do filme. Apesar de já aparecer nos trailers, o modo com o qual ela se transforma de uma mulher frágil e delicada para uma vilã forte e destemida é genial. Mas, se de um lado temos essa transformação, temos também a falta de uma história que apresente ela ao público. Quem não acompanha as histórias nos quadrinhos pode sentir-se um pouco deslocado ao ver a nova vilã. Essa é mais uma das falhas no roteiro que a produção possui.


Divulgação/

A trama do filme demora muito para ser desenvolvida. Ao todo, a película tem duas horas de duração, mas as cenas de ação acontecem somente após uma hora. Essa demora no andamento da trama prejudica o telespectador, porque a ansiedade de ver as cenas de ação ocorrem podem fazer com que ele ignore os diálogos e vire sua atenção para outras coisas. O ritmo lento do enredo confere ao filme um ar um pouco chato de acompanhar, mas que é importante para a compreensão da história.

Algo que me chamou totalmente atenção foi a aparição de Steve Travor. Ele está de volta para ajudar Diana na sua jornada de salvar o mundo, e ser seu par romântico. Muitas cenas dos dois juntos fazem com que a representação da heroína como forte seja apagada, pois lembram muito filmes de comédia romântica, típicos de sessão da tarde. Mas o que eu mais gostei do retorno de Steve foi que Diana é quem necessita mostrar as novidades a ele (e ele fica estupefato com tamanha tecnologia). Além disso, uma das cenas que mais gostei é quando o casal precisa se separar para salvar o mundo. Admito que deixei uma lágrima escorrer dos meus olhos nesse momento.

Durante as ações da protagonista, notamos vários elementos que remetem aos clássicos filmes da heroína, como seu saudoso avião e seu chicote. Essas pequenas surpresas, sem dúvidas, fazem os fãs enlouquecerem. Além disso, a cena pós créditos do filme nos traz exatamente essa comparação, mas não me estendo no assunto para não dar spoiler. Essa cena, inclusive, abre espaço para suposições sobre a sequência três da DC.

A Mulher-Maravilha é uma das minhas personagens de quadrinhos favoritas, não tenho como negar. Porém, acredito que a DC precise aprimorar suas produções para alcançar uma maior aprovação do público. Eu adorei a produção da heroína como protagonista e espero que a sequência seja ainda melhor!



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