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Artigo

Vida e Morte de um Herói do 13º BC - Capítulo XVI

  • Foto e legenda/ Jornal Digital taiadaweb ? Caçapava e Região - Nada menos de 14.779 alemães e italianos se tornaram prisioneiros em dois campos próximos, instalados pelos brasileiros. O general alemão Otto Fretter-Pico e o general italiano Mario Carloni foram escoltados até Florença pelo general Falconiere e general Zenóbio, que os entregaram ao 5º Exército norte-americano, juntamente com 6 milhões de liras também tomados pelos brasileiros

Da redação - 14/3/2022 - 1:14 horas - Os primeiros dias de março de 1945, enquanto na Itália o Expedicionário Etelvino Silveira de Souza integrando o 1º Batalhão de Saúde do 11º Regimento de Infantaria participava das últimas batalhas, enfrentando os exércitos nazifascistas; em São José, uma de suas irmãs ensaiava o Canto de Verônica com letras em latim e melodia emocionante. De pé sobre uma cadeira ela cantava desenrolando um banner mostrando o rosto de Jesus, simbolizando o pano usado por Verônica para enxugar a face de Cristo na via dolorosa a caminho do Gólgota. No segundo domingo de março de 1945, representando Verônica, todas as vezes que ela  entoava o canto para a multidão que acompanhava a procissão de Nosso Senhor dos Passos, familiares de Etelvino, emocionados e em silêncio pediam a Deus proteção para o Expedicionário.

De 26 a 29 de abril de 1945 ocorreu a batalha de Fornovo di Taro, durante a Segunda Guerra Mundial, entre a Força Expedicionária Brasileira, junto com partisans italianos e unidades de duas divisões do exército dos Estados Unidos, contra tropas da Wehrmacht (o exército da Alemanha Nazista) e da República Social Italiana. A luta se deu na cidade de Fornovo di Taro, a cerca de 13 quilômetros  a sudoeste de Parma, no norte da Itália. As forças Aliadas derrotaram os soldados as forças nazifascistas que estavam tentaram bater em retirada.

Na tarde de 27 de abril, um dia antes da ofensiva contra Fornovo, o major Henrique Cordeiro Oeste persuadiu o vigário Don Alessandro Cavalli, da Paróquia de Noviano de Rossi, Freguesia de Fornovo, a levar aos alemães a sugestão que se rendessem. O vigário caminhou 6 quilômetros até Respício, perto de Fornovo, e aí falou com oficiais alemães. Perguntado sobre o poderio e a localização das forças brasileiras, o vigário disse que os alemães estavam cercados e sugeriu a rendição. Como resultado disso, na manhã do dia 28, muito cedo, antes de ser desfechado o ataque do 6º RI, o coronel Nelson de Mello, redigiu um ultimato de rendição incondicional e, através do coronel Humberto de Alencar Castelo Branco, pediu a aprovação do general Mascarenhas de Moraes aos seus termos.

O vigário levou esse ultimato aos alemães e voltou com uma mensagem, assinada pelo major Kuhn, chefe do Estado-Maior da 148ª Divisão, dizendo que a resposta seria dada depois de consulta a seus superiores. Enquanto os alemães adiavam a decisão, o 6º RI procedeu de acordo com o plano. Então, às 10h30 da noite, depois que os homens comandados pelo major João Carlos Gross repeliram forte contra-ataque inimigo, o major Kuhn e dois outros oficiais alemães cruzaram as linhas brasileiras para negociar os pormenores da rendição. Gross os conduziu ao posto de comando do 6º RI, em Collecchio.

O coronel Nelson de Mello, sabedor de que a missão dos três alemães fora autorizada pelo comandante da 148ª Divisão, general Otto Fretter-Pico, dirigiu-se rapidamente a Montecchio para falar como general Mascarenhas de Moraes. Este ordenou aos coroneis  Floriano de Lima Brayner e Humberto de Alencar Castelo que se entendessem com os negociadores alemães. Por isso, sob a chuva, os dois oficiais foram levados a Colecchio.

Humberto de Alencar Castelo Branco descreve: "na sala de uma vivenda de campo, fui apresentado a três oficiais alemães do Estado-Maior de uma Divisão. Pediram condições para a rendição. Dissemos que só podia ser incondicional. Falaram em honra militar e em princípios de humanidade e por fim aceitaram a rendição!

Rare Historical Photos/Dois soldados americanos com munição de artilharia especial para Hitler? Era Domingo de Páscoa, em 1945. O Sargento técnico William E. Thomas e o soldado da primeira classe, Joseph Jackson, preparam um presente especial: ?Ovos de Páscoa? para Adolf Hilter e o exército alemão. Rabiscar tais mensagens em bombas de artilharia da Segunda Guerra Mundial foi uma maneira em que os soldados poderiam humoristicamente expressar seu desagrado ao inimigo.

omo resultados dos termos impostos na reunião de Collecchio, que durou toda a noite, que foram modificados apenas pela insistência de Mascarenhas de depusessem imediatamente as armas. No dia 29 de abril de 1945 a 1ª Divisão germânica com milhares de homens e dois generais se rendeu aos brasileiros.(Com informações do Jornal Digital taiadaweb - Caçapava e Região)

A família de Antonia, irmã de Maria Francisca, mãe de Etelvino, frequentava a Igreja Matriz de São José. No dia 29 de abril, como em todos os domingos, Antonia Argentina dos Santos, o marido José Porto dos Santos e mais cinco seis filhos se deslocavam de carroça, da Ponte  do Imaruim, no município de Palhoça para assistir a missa em São José. Ao chegar em casa, Antonia se dirigiu à cozinha, ascendeu o fogão a lenha e com a ajuda das filhas começou a preparar o almoço. Ela e os filhos estavam radiantes de felicidade; a imã Maria Francisca, o marido Thomaz Silveira de Souza e os filhos estavam prestes a chegar para o almoço.

Os encontros entre as duas famílias eram sempre dominadas por momentos de alegria. Entre os dois casais havia uma profunda amizade. Por ter perdido os pais, Maria Francisca residia com a imã quando casou. Antonia e José Porto foram padrinhos de casamento de Thomaz e Maria Francisca. Naquele dia 29 de abril de 1945, havia um motivo a mais para a visita; ouvir noticiário sobre a Segunda Guerra Mundial no rádio alimentado por energia eólica. Haviam comentários que a campanha da FEB na Itália estava chegando ao fim. Thomaz e Maia Francisca pretendiam ouvir a informação através de fonte confiável.

Depois do almoço, José Porto ligou o rádio e os locutores de todas as emissoras de rádio sintonizadas falavam sobre e rendição dos exércitos nazifascistas na Itália. A FEB encerrava a campanha na Itália como a única a aprisionar uma divisão alemã inteira. E a captura dessa formação, em 29 de abril de 1945, ajudou a apressar o fim do conflito na Itália, que se deu poucos dias depois. Ao fim da guerra, até mesmo chefes germânicos reconheceram a coragem dos brasileiros. A notícia soou como um alívio para a família de Etelvino.
A notícia sobre o fim dos combates na Itália proporcionou alívio para a família, mas os números de 465 combatentes mortos e 2.722 feridos e acidentados impediam a  absoluta certeza da volta de Etelvino.
Novo capítulo na próxima segunda-feira (21).

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Ary Silveira de Souza - Editor do JI Online




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