História de Joinville dia a dia -Valorizando a memória da cidade, nosso valioso patrimônio cultural.

Quando Oscar Schmidt, que viria a ser conhecido como o "mão santa" do basquete brasileiro nasceu na capital potiguar, em fevereiro de 1958, Joinville já possuía o seu "mão santa". Mima, atleta do União Palmeiras que iniciou sua longa e vitoriosa carreira em 1949, treinando no escolinha do Palmeiras, na rua Itajaí, foi o maior pontuador do basquete catarinense. 

Nosso "mão santa"foi o primeiro a marcar pontos por ocasião do jogo de inauguração do Palácio dos Esportes, em 1951, ano do centenário de Joinville. O Palácio dos Esportes na Praça da Bandeira, construído pela SAJ - Sociedade Amigos de Joinville, presidida pelo médico Albano Schulz. Atualmente denominado Ginásio Abel Schulz, em memória do filho do médico falecido prematuramente.

Voltemos nossa atenção ao primeiro "mão santa" do Brasil, o Nelson Einsenhut (seu nome de batismo) casado com Julita do Rosário Einsenhut, pais de uma filha. O joinvilense Mima, nasceu em janeiro de 1935, filho de Walter Einsenhut, professor de dança de salão e neto de Jacob Einsenhut, homenageado com a denominação de uma rua no bairro Atiradores. 

Ao ser incorporado ao 13º Batalhão de Caçadores, atual 62º Batalhão de Infantaria, na prestação do serviço militar obrigatório, passou a jogar pela equipe de basquete do Guarani, um clube formado por militares. Ao retornar à vida civil voltou ao seu Palmeiras. Em outra ocasião, algumas divergências afastaram Mima do Palmeiras. Por pouco tempo vestiu a camisa da Sociedade Ginástica de Joinville. Ele recorda de um jogo integrando a Sociedade Ginástica, derrotou o Palmeiras pela diferença de um ponto. O "mão santa" joinvilense foi 12 vezes campeão da cidade pelo Palmeiras, em competições organizadas pela LANC - Liga Atlética Norte Catarinense. Foi tricampeão estadual, em 56/60/64 e representou Joinville em 10 edições dos Jogos Abertos. Antes de Arthur Schlösser criar os Jogos Abertos de Santa Catarina, em 1960, Mima já participava dos Jogos Abertos do Interior de São Paulo, representando Joinville, integrando o Palmeiras. 

Na impossibilidade de trazer consigo dezenas de troféus e medalhas conquistados  ao longo de sua vitoriosa carreira, ocasião da entrevista, durante a entrevista o atleta exibiu orgulhoso uma pasta repleta de recortes de jornais desde os anos 50, quando já era conhecido por "mão santa'. 

História em comum

Drogaria e Farmácia Catarinense da rua nove de Março; foi lá que conheci "mão  santa". Apesar de suas qualidades de atleta, incluindo uma extraordinária facilidade em encestar bolas, o basquete que lhe deu muitas alegrias e muitos amigos, nunca lhe deu dinheiro. Mima trabalhou 38 anos na Drogaria e Farmácia Catarinense, na rua Nova de Março. 

Em 1955, fui admitido na Drogaria Catarinense, lotado no setor que atendia  pedidos de medicamentos das filias da empresa. Lá, entre outros dos quais passei a ser companheiro de trabalho, estava Mima. Por motivo de transferência para outros setores minha permanência ali durou menos de um ano, mas tempo suficiente para guardar na memória como um dos momentos felizes pelos amigos que encontrei. Mima é um deles. A entrevista além de sua importância histórica foi uma feliz oportunidade para rever um amigo 60 anos depois. 

Foto JI- local: Confeitaria Semente da Terra, no bairro Iririú  9/10/2017/ Depois de 60 anos o reencontro de amigos eu e o Mima (de boné)

História de Joinville  dia a dia

Valorizando a memória da cidade, nosso valioso patrimônio cultural. Todas as segundas-feiras nova postagem abordando importantes assuntos relacionados com a história de Joinville. 

Ary Silveira de Souza