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SC Transplantes celebra 25 anos salvando vidas e transformando histórias

  • Foto: Ana Melhado Ascom/SES -

Homenagem na Alesc destaca atuação pioneira e reconhecimento internacional do sistema catarinense de doação e transplantes

Uma noite marcada pela emoção e gratidão celebrou os 25 anos da SC Transplantes, central estadual de doação e transplante de órgãos de Santa Catarina, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES). Realizado no Plenário Deputado Osni Régis, na Assembleia Legislativa, o evento reuniu profissionais de saúde, famílias doadoras, transplantados e instituições que atuam nessa nobre causa.

Desde sua criação, a SC Transplantes já salvou mais de 23 mil vidas, consolidando-se como referência nacional e internacional. Em 2023, o sistema ultrapassou a marca de 1.700 transplantes realizados. “Esse é um serviço que orgulha Santa Catarina e o Brasil, totalmente regulado e baseado em critérios técnicos. É uma política de Estado que transformou e continuará transformando vidas”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.

A força do sistema catarinense está na colaboração de 69 hospitais doadores e 27 estabelecimentos que realizam transplantes, alguns deles com múltiplas especialidades. O coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade, destacou a dedicação das equipes envolvidas: “Esse trabalho só é possível graças a muitos profissionais bravos e às famílias doadoras, que são o verdadeiro alicerce dessa causa.”

A deputada federal Carmen Zanotto relembrou a origem da central, ressaltando o papel das parcerias e da rede hospitalar pública e filantrópica na consolidação do serviço. “Foi um esforço conjunto para criar condições de trabalho e expandir esse sistema que hoje é um exemplo para o país.”


Histórias que emocionam

Neide Golz Milani Delagnelo conta como foi a perda do seu irmão que morava no Paraná e faleceu em Florianópolis. “Ele teve aneurisma e ficou internado no Hospital Celso Ramos por uma semana. No dia que foi constatada a morte cerebral, ligaram pra minha mãe. Foi dolorido, mas já sabíamos o que fazer. Ele teve dois filhos especiais, um inclusive precisava de transplante de coração há muito tempo e depois se recuperou. Meu irmão sempre disse que queria doar o seus órgãos e fizemos a vontade dele”.

A Maria Petry, de Rio do Sul, sempre dizia que queria ser doadora de órgãos, ela perdeu seu esposo há seis anos, no dia de Natal. “Dois meses antes, estávamos sentados à mesa conversando e meu marido falou que queria ser doador. Em dezembro ele teve um ataque e o levamos para o hospital”. Sua filha Caroline continuou o relato explicando que ele ficou internado até o dia de natal. Os médicos fizeram os exames e comprovaram que era morte encefálica. “Já sabíamos o que fazer e autorizamos a doação dos órgãos dele. Sempre que conversamos com as pessoas falamos que, graças a Deus, uma parte dele está salvando pessoas e famílias”, emociona-se Maria.

Uma nova chance

Aroldo José Haus, 54 anos, fez transplante de fígado em 2012. “Quando descobri que estava com cirrose hepática fiquei chocado, o que vai acontecer? Fiquei na fila por 1 ano e seis meses. No dia que ligaram pra mim foi uma emoção muito grande, pensei no doador como era e o que tinha acontecido com ele. Hoje agradeço e só tenho gratidão a aquela família que disse sim”.

Natural de São Paulo, Alvaro Farias de Oliveira, veio para Santa Catarina para fazer o transplante em 2011, pois suas chances em realizar a cirurgia era mais que o dobro no estado catarinense. “Eu fico muito grato, pois pude estar presente na vida da minha filha que hoje tem 25 anos. Na época, minha esposa também tinha sido diagnosticada com câncer. Graças as famílias amorosas daqui, que entendem a importância da doação, aos profissionais e ao sistema de Santa Catarina, hoje estou aqui e carrego esse sentimento de gratidão…até me emociono por ter podido cuidar da minha esposa e da minha filha”.

Também participaram da solenidade o deputado estadual Soratto, que propôs a sessão especial, a desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) Janice Goulart Ubiali, o procurador do Ministério Público Estadual Durval da Silva Amorim, e a coordenadora-geral de Transplantes do Ministério da Saúde, Patrícia Freire. Também esteve presente Beatriz Domínguez-Gil, diretora-geral da Organização Nacional de Transplantes (ONT) da Espanha, país referência em doação de órgãos. Ela elogiou o trabalho desenvolvido pela SC Transplantes e o atribuiu ao sistema público de saúde e à solidariedade do povo catarinense.

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