Pesquisa traz dados essenciais para elaboração de políticas públicas e desmistifica informações equivocadas sobre o tema

A Secretaria de Assistência Social (SAS) da Prefeitura de Joinville promoveu nesta quarta-feira (20), no Auditório da Mitra Diocesana, o 2º Seminário Sobre a População em Situação de Rua. O evento foi marcado pelo lançamento e apresentação do tão aguardado Diagnóstico da População em Situação de Rua, um estudo elaborado pela empresa Qualitest, vencedora da licitação e reconhecida por seus trabalhos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória.

Esse diagnóstico representa um marco significativo para a cidade, fornecendo um panorama detalhado do perfil demográfico, indicadores de saúde, trabalho, renda, educação e outros aspectos da população em situação de rua de Joinville. Segundo Fabiana Cardozo, secretária de Assistência Social, esse levantamento é fundamental para subsidiar a elaboração e execução de políticas públicas eficazes.

Em suas palavras, a secretária enfatiza a importância do estudo para desmistificar informações equivocadas que circulam sobre a população em situação de rua na cidade. O diagnóstico traz dados precisos, contrapondo estimativas dispersas, e revela que a realidade pode ser diferente do que se imagina.

O estudo, que se destaca por apresentar informações referentes tanto ao verão quanto ao inverno, revelou que durante o verão foram contabilizadas 436 pessoas em situação de rua, enquanto no inverno esse número foi de 428. Além disso, evidenciou-se que a maioria dos entrevistados veio para Joinville em busca de trabalho, acompanhamento de familiares ou de passagem.

Dentre os dados demográficos, o estudo revela que a grande maioria dos entrevistados era do sexo masculino e de nacionalidade brasileira. Destaca-se também a presença de estrangeiros, sendo a Venezuela o país com o maior número de indivíduos nessa situação.

Outro aspecto relevante é a procura dos serviços de assistência social por parte dessa população, evidenciando a necessidade de uma rede de apoio eficiente. O Centro POP e os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) foram os principais locais de atendimento.

Motivos para estarem na rua

Em média, 59,1% dos entrevistados informaram que foram conflitos familiares que os levaram a estarem em situação de rua, 20,2% dependência do álcool e 17,2% perda de trabalho.

A faixa etária mais representativa é a de 31 a 49 anos, que abrange 41,6% dos entrevistados do censo. As pessoas entre 18 e 30 anos representam 18,9%.

Quanto à permanência em Joinville, 16,87% dos não naturais da cidade estão em situação de rua neste município há mais de cinco anos, 11,65% entre 1 e 3 anos e 10,8% entre 1 semana e 1 mês.

Essas são apenas algumas das informações contidas no diagnóstico da População em Situação de Rua, que em breve estará disponível para consulta no site da Prefeitura.

Além do lançamento Diagnóstico da População em Situação de Rua, o 2º Seminário Sobre a População em Situação de Rua também contou com apresentações sobre os serviços da Prefeitura, como o Centro POP, Secretaria da Saúde e casas de passagem.