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Retrospectiva: prata olímpica é o destaque do futebol feminino

  • Foto: Rafael RIbeiro / CBF -

Em 2024, Corinthians volta a mostrar sua força no cenário nacional

“Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”. Os versos de “Sujeito de Sorte”, de Belchior, viraram a marca da torcida do Botafogo em 2024. Inquestionável, mas também até que poderiam ser adotados pela seleção feminina de futebol. Em 2023, o Brasil foi eliminado pela Jamaica ainda na fase de grupos da Copa do Mundo Feminina da Austrália e da Nova Zelândia. Uma decepção, já que o esperado era ver o Brasil ao menos avançar às fases finais da competição. Em setembro do mesmo ano, a mudança técnica que colocou Arthur Elias no lugar da sueca Pia Sundhage já estabeleceu um novo esquema de jogo, mas foi em 2024 a consagração do trabalho da comissão técnica da seleção feminina com a celebrada medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris. Melhor resultado do Brasil em 16 anos. Há que se ressaltar nessa comissão a entrada de Cris Gambaré na coordenação do futebol de feminina da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em março de 2024. Gambaré e Arthur retomaram a dobradinha vitoriosa que alçou o Corinthians feminino à potência da modalidade na América do Sul.

Internamente a seleção acreditava no pódio olímpico, mas o favoritismo estava mais direcionado às equipes europeias e aos Estados Unidos. O ponto de virada do roteiro épico do Brasil na França começou justamente diante das donas da casa, nas quartas de final, na vitória sobre as francesas por 1 a 0. Na semifinal o Brasil reencontrou uma Espanha para a qual já havia perdido na fase de grupos. E, novamente, as atletas brasileiras foram surpreendentes, superando as campeãs do mundo por 4 a 2. O ouro olímpico inédito ficou muito próximo da realidade na final contra os Estados Unidos. Por isso, o magro revés de 1 a 0 para as norte-americanas sugeriu, a princípio, uma decepção, mas logo a medalha de prata foi muito bem recebida por voltar a trazer o prestígio ao futebol de mulheres brasileiro.

A confirmação do novo patamar foram as indicações e premiações internacionais. No Prêmio Fifa The Best, entregue em dezembro, a atacante Gabi Portilho foi escolhida para seleção ideal. A então jogadora do Corinthians, peça fundamental na conquista da medalha de prata, também encerrou o ano como a 18ª jogadora pelo ranking da Bola de Ouro da revista francesa France Football, apresentado em outubro. Além disso, a brasileira foi anunciada no penúltimo dia de 2024 como nova contratada do premiado Gotham FC, time da cidade de New Jersey que disputa a liga norte-americana.

Ainda pela premiação da Fifa, Marta recebeu o troféu de gol mais bonito. Sim, o Prêmio Marta da entidade máxima do futebol ficou para Marta. Indicado entre os técnicos da modalidade, Arthur Elias ficou em terceiro lugar, enquanto na Bola de Ouro ele foi considerado o segundo melhor técnico de futebol feminino do mundo atrás da britânica Emma Hayes, que comanda a seleção dos Estados Unidos, e que também garantiu a premiação da Fifa.

A trajetória pós-olímpica permaneceu positiva pelas vitórias do Brasil perante Colômbia e Austrália em amistosos. Das quatro partidas, a seleção brasileira venceu três e empatou uma, esta contra as colombianas, principais adversárias sul-americanas. A renovação implantada por Arthur Elias tem encontrado consolidação e agora as atenções se voltam para a disputa da Copa América de 2025, que será disputada entre julho e agosto no Equador.


Copa do Mundo no Brasil

Antes da consagração olímpica, em maio de 2024, o Brasil foi escolhido durante o Congresso da Fifa, na Tailândia, para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027. A candidatura brasileira venceu a proposta europeia formada por Holanda, Alemanha e Bélgica. Esta será a primeira vez que o Mundial feminino será realizado na América do Sul e no país. O Brasil, por ser anfitrião do evento, já está classificado. O torneio será o segundo com 32 seleções participantes, repetindo o formato da Copa de 2023, que teve a Espanha como campeã. A proposta da CBF, alinhada à Estratégia Nacional de Desenvolvimento do Futebol Feminino, lançada pelo Ministério do Esporte, em 2023, é investir na evolução da modalidade para o Brasil estar entre as referências do esporte nos próximos anos.


Campeonatos Nacionais e Libertadores

Enquanto a seleção feminina se renova, o Corinthians se firmou em 2024 como força do futebol de mulheres. O time, que passou a ser capitaneado por Lucas Piccinato este ano, conquistou o a Série A1 do Campeonato Brasileiro e a Libertadores feminina. Nas duas competições as brabas corinthianas se mantiveram na liderança desde o início. Na série A1, o Timão somou o sexto título, enquanto na competição sul-americana levantou a taça pela quinta vez.

Ainda na Série A1, Santos, Botafogo, Atlético-MG e o tradicional Avaí Kindermann foram rebaixados para a série A2. Há rumores de que a CBF mude as regras do calendário feminino e volte a ter 20 clubes na primeira divisão. Atualmente são 16 times que disputam o principal campeonato nacional. Caso as mudanças sejam confirmadas, os rebaixados esse ano poderão voltar a jogar na elite ainda em 2025. A conferir em janeiro.

Na série A2, o campeão em 2024 foi o Bahia, que garantiu o acesso à série A1 ao lado dos classificados para as semifinais Instituto 3B, Juventude e Sport.

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