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Bolsa recua 3% com ações de Lula; Petrobras desaba mais de 7%

Mercado repercute declaração contra o teto de gastos e manutenção do corte de impostos sobre os combustíveis. 

A bolsa paulista operou em forte queda na primeira sessão do ano, com agentes financeiros repercutindo declarações e decisões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse na véspera. Às 12h30 desta segunda-feira (2), o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, caía 3,06%, aos 106.372,13 pontos. 

A sessão também deve mostrar liquidez reduzida dada a ausência de pregões em Wall Street na segunda-feira (2), com as bolsas em Nova York fechadas por feriado estendido do Ano-Novo. O mercado acionário em Londres também está fechado. 

De acordo com a equipe da XP Investimentos, Lula reforçou as diretrizes econômicas anunciadas durante a campanha, como a remoção do teto constitucional de gastos, o aumento do investimento público e o papel fundamental das empresas públicas no fomento desenvolvimento econômico.

Entre os destaques negativos do índice, aparecem as duas ações da Petrobras. Enquanto os papéis preferenciais (PETR4) da empresa caem 6,24%, a R$ 22,97, as ações ordinárias (PETR3) da estatal despencam 7,03%, negociadas por R$ 26,07.

O movimento reflete a determinação de Lula para que seus ministros tomem providências para revogar atos que davam andamento à privatização de uma série de estatais, entre elas a Petrobras. O presidente também confirmou rumores no mercado e anunciou a indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para comandar a companhia.

Para a XP, uma das influencias no movimento foi a decisão anunciada pelo novo governo de manter a desoneração dos impostos federais sobre os combustíveis, o que representa uma renúncia de receitas de R$ 53 bilhões por ano.

A decisão contraria visão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que buscava o fim do benefício. Para a equipe da Guide Investimentos, as falas de Lula no domingo remeteram "aos seus governos anteriores, tanto nos acertos quanto nos erros".

Nesta segunda-feira (2), Haddad afirmou que o arcabouço fiscal a ser apresentado neste semestre precisa ser confiável e demonstrar sustentabilidade das finanças públicas, e que não aceitará um resultado fiscal neste ano que não seja melhor do que a atual previsão de saldo negativo de R$ 220 bilhões.

Estrategistas do BTG Pactual ressaltaram que preocupações fiscais estão no topo da agenda política e que, para evitar maior deterioração do risco-país e uma combinação pior de crescimento/inflação, o novo governo pode ter que apresentar medidas compensatórias para financiar mais gastos.

Carlos Sequeira e equipe ponderaram, contudo, que as ações brasileiras estão baratas e que "pequenas melhorias nas principais variáveis econômicas podem ser suficientes para indicar algum espaço de alta", conforme seu portfólio de ações recomendadas para o primeiro mês de 2023.

O primeiro pregão do ano traz nova composição do Ibovespa, válida até 28 de abril, sem Positivo e IRB Brasil, totalizando 89 ativos de 86 empresas. Os maiores pesos são Vale ON (15,512%), Itaú Unibanco PN (6,167%), Petrobras PN (5,751%) e ON (5,023%) e Eletrobras ON (4,051%).


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