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Santa Catarina anuncia maior investimento da história para mitigação de enchentes
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Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Arquivo/Secom -
Com foco no Vale do Itajaí, projeto de R$ 342 milhões prevê modernização de barragens, novas estruturas e melhorias hídricas para 2024 e 2025
Em uma iniciativa inédita para o estado, o governo de Santa Catarina está lançando o maior investimento em mitigação de enchentes de sua história. Com um total de R$ 342 milhões previstos para os anos de 2024 e 2025, o plano de infraestrutura hídrica terá foco especial no Vale do Itajaí, região que frequentemente sofre com inundações devastadoras. O projeto inclui a modernização de barragens, construção de novas estruturas, reformas em diques e melhorias nos rios, visando aumentar a segurança e reduzir os impactos das cheias.
"Este é o maior investimento que já fizemos em prevenção de cheias, especialmente no Vale do Itajaí, que sofreu tanto ao longo dos anos. Queremos que as famílias tenham mais segurança e que a gente possa responder mais rapidamente em períodos críticos”, declarou o governador Jorginho Mello, reforçando o compromisso do estado com a segurança hídrica e a proteção das comunidades.
Desde 2012, quando as barragens de Taió, Ituporanga e José Boiteux passaram a ser operadas pelo governo estadual após transferência do governo federal, Santa Catarina tem intensificado esforços para tornar o sistema de controle de cheias mais seguro e eficiente. Agora, com o novo pacote de investimentos, o governo busca consolidar uma infraestrutura mais moderna e resiliente, que permita uma resposta mais eficaz em momentos de crise e garanta maior tranquilidade às famílias da região.
Além de proteger a população, o projeto é visto como um marco no combate aos efeitos das mudanças climáticas, já que os eventos de enchente têm se tornado mais frequentes e intensos. O plano hídrico é uma demonstração clara do empenho de Santa Catarina em promover a segurança e estabilidade para suas comunidades, especialmente nas áreas historicamente vulneráveis, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do estado.
Melhoramento Fluvial e Limpeza de Rios
No Alto Vale do Itajaí, a cidade de Rio do Sul está avançando na segunda etapa do melhoramento fluvial, um investimento de R$ 16 milhões. A obra, já em fase avançada, prevê a remoção de mais de 67.000 m³ de sedimentos acumulados no fundo do rio, um volume equivalente a 4.786 caminhões caçamba. Com término inicialmente previsto para 11 de novembro, o prazo será estendido para garantir uma execução completa.
Outro município onde serão realizadas melhorias é Rio do Oeste, que enfrenta enchentes recorrentes. Recentemente, o governo lançou a licitação para a limpeza dos rios Itajaí do Oeste e das Pombas, estimada em até R$10 milhões. Com início previsto para breve, a intervenção inclui a remoção de árvores exóticas e materiais acumulados pelas cheias, visando melhorar o escoamento das águas. A definição da empresa responsável pela obra deve ocorrer ainda neste mês de novembro.
Reforma e Automação de Barragens
Entre os projetos de maior impacto estão as reformas das barragens que compõem o sistema de contenção de cheias de Santa Catarina. A barragem de Ituporanga, construída em 1976, passará por sua primeira reforma completa, com um investimento de R$ 23,3 milhões. As obras incluem a substituição das comportas, recuperação da blindagem metálica e a automação do sistema, permitindo o controle remoto pela Defesa Civil em Florianópolis.
Na barragem de José Boiteux, localizada na Terra Indígena Xokleng, a Defesa Civil recebeu autorização do Ministério Público Federal (MPF) para iniciar reparos na comporta danificada e inspecionar a estrutura. Com os trabalhos a cargo da Celesc, a obra é crucial para reduzir o risco de enchentes no Vale do Itajaí.
Em Taió, a barragem local terá o sistema de drenagem e a rede elétrica renovados, além da substituição de bombas. A Barragem Oeste está recebendo um investimento de R$ 420 mil para modernizar o sistema de drenagem das galerias.
O Secretário de Proteção e Defesa Civil, Fabiano de Souza, destacou a importância das reformas nas barragens do Vale do Itajaí. “A previsão é que as três barragens localizadas na região passem por uma reforma igual a de Ituporanga e sejam totalmente automatizadas, melhorando a eficiência na prevenção de cheias. Essa modernização é crucial para aumentar a segurança e a eficácia no monitoramento das águas, beneficiando toda a comunidade local”, afirma.
Novas Barragens: Mirim Doce, Botuverá e Petrolândia
Nesta semana, o governo estadual lançou as licitações para construir as barragens de Mirim Doce, no Alto Vale, e Botuverá, no Médio Vale. Essas estruturas serão as primeiras barragens construídas diretamente pelo governo catarinense, ao lado das três já existentes — Taió, Ituporanga e José Boiteux — que foram projetadas e executadas pelo governo federal e repassadas para a Defesa Civil de SC em 2012.
A barragem de Mirim Doce, no Rio Taió, está orçada em aproximadamente R$ 97,1 milhões e será capaz de conter cerca de 12,63 bilhões de litros de água. A de Botuverá, no Rio Itajaí-Mirim, terá uma capacidade de 20,20 bilhões de litros e está estimada em R$ 155 milhões.
Além dessas, está prevista a construção da barragem de Petrolândia, com investimento de R$ 72 milhões. O projeto já se encontra em fase de aprovação licitatória e, uma vez iniciado, deverá contribuir significativamente para a segurança hídrica nas áreas urbanas do Médio e Alto Vale do Itajaí. Essas novas barragens são consideradas fundamentais para fortalecer o sistema estadual de contenção de cheias e reduzir os riscos associados a inundações frequentes na região.
Um marco histórico na prevenção de enchentes
Ao concluir essas obras, o governo de Santa Catarina espera não apenas melhorar a resposta a eventos extremos, mas também possibilitar uma gestão hídrica mais planejada e sustentável. “Esse compromisso com a segurança dos catarinenses evidencia a prioridade dada pelo estado à proteção de suas comunidades e ao fortalecimento da infraestrutura hídrica, marcando um novo capítulo na história da prevenção de desastres naturais em Santa Catarina”, conclui o secretário Fabiano de Souza.
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