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Presidente do Gabão corta internet durante eleições

  • Foto: Redes sociais / Reprodução -

O presidente, ainda, decretou toque de recolher. Ele está no poder desde 2009

No contexto das eleições presidenciais ocorridas no último sábado (26), o governo do Gabão tomou medidas drásticas que levantaram questionamentos sobre transparência e democracia. Durante o pleito, a população gabonesa se viu desconectada do mundo digital, com o acesso à internet sendo bloqueado por determinação das autoridades. Além disso, um toque de recolher foi estabelecido das 19h do sábado até as 6h do domingo.

Essas ações ocorreram no momento em que o atual presidente, Ali Bongo, de 64 anos, buscava a reeleição. Bongo ocupa a presidência desde 2009, quando sucedeu seu pai, Omar Bongo, que governou o país por 41 anos. A medida foi anunciada por Rodrige Mboumba Bissawou, porta-voz do governo, através de um pronunciamento televisivo por volta das 14h no horário de Brasília. Segundo Bissawou, o objetivo principal era conter a "desinformação" e evitar a disseminação de "apelos à violência".

O bloqueio da internet foi confirmado pela NetBlocks, uma organização que monitora o acesso à internet globalmente. A NetBlocks considerou essas restrições como um "desafio à transparência eleitoral à medida que as votações são realizadas e os votos são contados". A oposição se mostrou crítica em relação a essas medidas. O candidato da oposição, Ondo Ossa, de 69 anos, expressou em entrevista a jornalistas que estava "ciente da fraude orquestrada por Ali Bongo e seus apoiadores".

Dentre os diversos candidatos que disputavam a presidência do país africano, estavam, além de Ali Bongo e Ondo Ossa, outros 16 postulantes. Antes de ser interrompido o acesso à internet em todo o país, Ali Bongo utilizou sua plataforma no que antes era chamado de Twitter para compartilhar uma foto no momento em que votava, acompanhada da declaração: "Cumpri meu dever cívico. Votei". Adicionalmente, ele divulgou um vídeo mostrando apoiadores em atos de campanha com a legenda: "Estamos votando e estamos ganhando".

Não é a primeira vez que o governo gabonês toma medidas de restrição da internet durante eleições. Essa ação já havia sido tomada em 2016, no pleito vencido por Ali Bongo. As recentes ações governamentais trouxeram à tona um debate sobre as implicações dessas restrições para a participação democrática e a transparência nas eleições, levantando questionamentos sobre os limites do poder governamental em relação à liberdade de informação e expressão.

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