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Eleições no Equador avançam para segundo turno

  • Foto: Santiago Arcos / Reuters -

Chapa de Fernando Villavicencio, candidato assassinado durante comício, aparece em terceiro lugar. Campanha eleitoral foi marcada por violência e dia de votações teve esquema de segurança reforçado

O processo eleitoral no Equador alcançou um marco crucial, com o encerramento das urnas e o início da apuração no final da tarde deste domingo, às 17h, horário local (19h, horário de Brasília). O país viveu um dia de votações com medidas de segurança intensificadas em todo o território.

De acordo com informações da agência Associated Press, os candidatos Luisa González e Daniel Noboa Azin emergem como os principais concorrentes para o segundo turno das eleições. No momento da contagem de votos, às 6h45 (horário de Brasília), com 92,75% das urnas já apuradas, González e Azin lideravam a disputa pela presidência com 33,28% e 23,67% dos votos, respectivamente.

A chapa liderada por Fernando Villavicencio, cuja candidatura foi abruptamente interrompida por seu assassinato durante um comício eleitoral, conquistava o terceiro lugar, com 16,52% dos votos.

A segunda etapa do processo eleitoral, marcada para o dia 15 de outubro, apresenta um desdobramento importante. Embora o segundo turno ocorra nessa data, o vencedor destas eleições receberá as credenciais governamentais apenas em 30 de novembro, de acordo com o cronograma do órgão eleitoral do país.

O cenário eleitoral equatoriano foi marcado por incidentes de violência e pela trágica morte de Fernando Villavicencio, um dos candidatos à presidência, ocorrida em 9 de agosto. No dia das eleições, Christian Zurita, que substituiu a candidatura de Villavicencio, compareceu ao local de votação sob um intenso esquema de segurança, usando capacete e colete à prova de balas. O governo mobilizou mais de 100 mil policiais e soldados para garantir a segurança do processo. Autoridades relataram a prisão de indivíduos por delitos eleitorais, incluindo voto falso, assédio, resistência à prisão e porte ilegal de armas. Apesar desses incidentes isolados, Diana Atamaint, principal autoridade eleitoral do país, afirmou que os centros de votação não foram afetados por incidentes violentos, descrevendo o processo eleitoral como "pacífico e seguro" após o encerramento das urnas.

Além disso, as autoridades confirmaram que uma página da internet destinada a equatorianos no exterior para votar sofreu ataques cibernéticos, embora os votos tenham permanecido íntegros e não foram comprometidos pelos problemas técnicos. Diana Atamaint assegurou que "a plataforma online sofreu ataques cibernéticos que impactaram a fluidez do acesso à votação. Esclarecemos que os votos registrados permanecem seguros".


Quem são os candidatos


Luisa Gonzalez

Luisa Gonzalez, uma advogada de 45 anos, prometeu restaurar os programas sociais implementados por Rafael Correa. Ela faz campanha relembrando as políticas populares de saúde e educação de Correa e afirma que planeja "recuperar a pátria".

Gonzalez liderava as pesquisas com cerca de 30% de intenção de voto, embora nenhuma pesquisa tenha sido feita após o assassinato de Villavicencio. Ela nega que perdoaria Correa, condenado por corrupção.


Daniel Noboa

Ex-deputado e empresário, tem 36 anos. Na Assembleia, foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, que tramitou diversos projetos de lei nas áreas econômica, tributária e de investimentos.

Na quinta-feira (17), o candidato afirmou que um tiroteio interrompeu uma carreata dele na cidade de Durán. A polícia do país negou que o acontecimento tenha sido um atentado contra a vida do presidenciável.


Yaku Perez

Perez, um ambientalista indígena, ficou em terceiro lugar na eleição de 2021. Ele tem como proposta o combate às mudanças climáticas e tornar a agricultura, não o petróleo, a base econômica do Equador.

Ele é contrário à exploração de petróleo na Amazônia e à mineração em florestas próximas. Com 54 anos, promete melhorar programas sociais e segurança.


Otto Sonnenholzner

Empresário e economista de 40 anos, Sonnenholzner busca trazer "paz, dinheiro e progresso". Sua passagem como vice-presidente do ex-presidente Lenin Moreno pode afetar sua imagem de um político que busca renovação.

Ele afirma que suas prioridades são segurança, empregos por investimento privado e crescimento sustentável.


Jan Topic

Topic, um empresário de 40 anos, é outro que promete focar seus esforços como presidente na segurança, inspirado em Bukele de El Salvador.

Ele defende usar tecnologia para combater o crime. Ele não tem experiência política e tenta se distanciar de acusações de abusos aos direitos humanos de Bukele.


Christian Zurita

O candidato original dessa chapa era Fernando Villavicencio, que foi assassinado. Zurita, que era jornalista, afirma que vai lutar contra a corrupção e fortalecer a polícia.

Assim como Villavicencio, ele e Rafael Correa são adversários.


Xavier Hervas

Hervas é um empresário ligado ao setor agroindustrial. A campanha dele usa a sigla "SOS", para "Segurança", "Obras" e "Saúde".


Bolívar Armijos

O candidato é presidente do Conselho Nacional de Governos Paroquiais do Equador, ligado ao meio rural.

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