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Política

Bolsonaro sugere fechar Globo por fake news; canal protesta

  • Terra -

A menos de quatro meses da expiração das cinco concessões públicas da TV Globo, Jair Bolsonaro voltou a disparar contra a rede de TV da família Marinho.
A declaração aconteceu durante o evento 'Brasil pela Vida e Família' no Palácio do Planalto, com a presença de centenas de convidados e dezenas de profissionais de imprensa.

O presidente se irritou com a confirmação pela 2ª Turma do STF da cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), punido por fake news em julgamento do TSE, em 2021.

"Não existe especificação penal para fake news. Se for para punir fake news com a derrubada de páginas, fechem a imprensa brasileira que é uma fábrica de fake news. Em especial, a Globo e a Folha", disse Bolsonaro.

A fala que atenta à Constituição foi dita justamente no Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. Desde a redemocratização do País, em 1985, a mídia nunca esteve tão ameaçada como nesses 3 anos e 5 meses de bolsonarismo no poder.

Muito antes de ser eleito, Bolsonaro já tinha uma cruzada pessoal contra o Grupo Globo. Disse algumas vezes se sentir "perseguido" pelos veículos de comunicação da maior companhia de mídia do Brasil.

Ontem, o jornalismo da emissora reagiu com forte simbologia. Após a escalada das manchetes, Renata Vasconcellos e Heraldo Pereira (que substitui William Bonner) iniciaram calados o primeiro bloco do 'Jornal Nacional'. Foram 58 segundos sem nenhuma palavra.

Ao final do tempo, uma mensagem na tela: "O silêncio incomoda. Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. O caminho da democracia é a informação".

"Esse nosso gesto, essa nossa homenagem, é para lembrar a importância desse direito fundamental para a democracia", explicou Renata.

Mais tarde, ao noticiar a decisão do STF a respeito da cassação do deputado bolsonarista, o 'JN' citou o ataque verbal do presidente contra a Suprema Corte e o TSE, mas não mencionou a frase dele com a sugestão de acabar com a imprensa e, especificamente, com a Globo.

Trata-se de mais uma batalha na guerra de nervos entre Bolsonaro (que assombra o canal com a possibilidade de complicar a renovação das concessões) e a TV líder em audiência (com jornalismo inegavelmente antibolsonarista).

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