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Artigo

Vida e Morte de um Herói do 13 BC - Capítulo XX

  • Foto/1945/arquivo do autor - Etelvino e o cunhado Arnoldo Dettmer - o herói está deitado de bruços sobre pedra que existia em frente a casa de seus pais na Ponta Baixo, em São José

Postagem em 11/4/2022 - 12:10 hs -A Segunda Guerra Mundial foi um conflito que durou de 1939 a 1945 e envolveu quase todos os países do mundo divididos em duas alianças militares. De um lado os países Aliados, de outro, os países do Eixo reunindo Alemanha, Itália e Japão. A guerra mobilizou mais de 100 milhões de militares.

Entre os países da América Latina o Brasil foi o único que participou diretamente da guerra na Europa através da FEB - Força Expedicionária Brasileira. Os pracinhas brasileiros permaneceram no campo de batalha por 239 dias ininterruptos, lutando contra os exércitos nazifascistas. Na época o Brasil possuía um exército sem experiência e sem equipamentos para enfrentar o experiente exército alemão no rigoroso inverno italiano com temperaturas de até 20 graus negativos.

Ao longo da campanha na Itália os destemidos soldados da Força Expedicionária Brasileira aprisionaram dois generais, 453 oficiais e 19.679 soldados inimigos e capturaram  80 canhões, 1500 viaturas e 4000 cavalos. Na crueldade da guerra, dos 25.445 integrantes da FEB mais de 465 tombaram em combate, seus corpos ficaram no Cemitério de Pistoia, na Itália até 5 de outubro de 1960 quando suas cinzas foram transladadas para Brasil e depositadas no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro da Glória, no Rio de Janeiro. A FEB teve ainda 2.722 soldados feridos e 35 aprisionados.

Os ex-combatentes incorporados ao Exército Brasileiro que lutaram bravamente na Itália durante a Segunda Guerra Mundial e tiveram a felicidade de voltar, apesar de recebidos com apoteóticas comemorações em solo pátrio foram abandonados. A desmobilização  dos contingentes com a consequente volta dos pracinhas à condição de civis decretada pelo governo brasileiro antes da chegada dos soldados ao país, devolveu à sociedade jovens com variadas sequelas psicológicas de difícil diagnóstico e tratamento, que os fizeram passar uma vida inteira atormentados por neuroses e surtos psicóticos. Parte deles foi consumida pelo alcoolismo.

Com seguelas psicológicas provocadas pela guerra cruel, abandonado pelo governo e pela sociedade, Etelvino Silveira de Souza, o herói do 13º Batalhão de Caçadores, amargava  ainda sofrimento com o fim do casamento. O amor de sua vida e o filho amado que na longínqua Itália os sentia tão junto a si, agora estavam distantes para sempre. Vencedor das árduas batalhas de Montese e Monte Castelo, Etelvino estava agora fragilizado. O permanente apoio de pais e irmãos não foi suficiente. Passou consumir bebidas alcoólicas na tentativa de amenizar sua dor. Morando agora com os pais que possuíam olaria e pedreira, ele não encontrava ânimo para voltar a trabalhar nos empreendimentos familiares  como fazia no Boa Vista, em Joinville, antes de partir com destino à guerra.

Próximo da casa dos pais de Etelvino residia uma prima de Thomaz Silveira de Souza (pai de Etelvino) de nome Maria, casada com João Albino Ramos. O casal tinha vários filhos, o mais velho estava casado com Zilda, irmã de Etelvino. Lourdes, uma das filhas da prima de Thomaz, passou a visitar com frequência a casa dos pais de Etelvino. Numa tarde de verão, Lourdes foi flagrada embaixo de uma parreira de uva cantando "Beijinho Doce". Em tom romântico a jovem cantava "que beijinho doce que ele tem, depois que beijei ele nunca mais amei ninguém, Que beijinho doce foi ele quem trouxe de longe pra mim", repetia.

Uma das irmãs de Etelvino foi a primeira a desconfiar que a letra da música podia revelar possível paixão pelo irmão. A jovem seria a luz que o herói ansiosamente esperava para encontrar a paz ?  Postagem de próximo capítulo no dia 18/4/2022.

Ary Silveira de Souza - Editor do JI Online






 

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