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Artigo

Vida e Morte de um Herói do 13 BC - Capítulo XIX

  • Imagem: Arquivo pessoal do autor - Diploma de Membro Honorário do IV Corpo do V Exército dos Estados Unidos conferido ao ex-combatente Etelvino Silveira de Souza ?A Diretoria Central da ANVFEB confere o presente Diploma ao Ex-combatente Etelvino Silveira de Souza (Ex VII- transcrição da autorização contida no Boletim Interno n. 164 de 27 de junho e 1945, da 1ª Divisão de Infantaria Divisionária.? ?Quartel General do IV Corpo - considerando que a 1ª DIE lutou continuadamente com o IV Corpo durante a sua participação na campanha da Itália ? e considerando que seus chefes enérgicos e com espírito combat

Da Redação 5/4/2022- 20:35 horas. Viajando de trem desde o Rio de Janeiro e saudados com festa em cada parada, os soldados do 13º Batalhão de   Caçadores que integraram o 2º  Escalão a FEB - Força Expedicionária Brasileira - chegaram em Joinville cobertos de glória. Transcorria o mês de outubro;  Etelvino Silveira de Souza, ex-soldado 768 do 13 BC, agora civil, lembrava na  manhã do dia 29 de abril de 1944 quando partira da mesma estação com destino ao front de batalha, na Itália. As lágrimas tristes do adeus derramadas por familiares e amigos diante da incerteza de sua volta, agora jorravam de emoção e alegria.

Diante de uma multidão ansiosa por abraçar os heróis do 13 BC, Etelvino enfrentava dificuldade para abrir passagem na tentativa de localizar familiares e amigos. Trazia um beijo saudoso para a esposa Dorvalina e para primogênito Otávio que nascera durante sua permanência no front de guerra na Itália. Além de abraços e beijos. Etelvino tinha planos para reiniciar a vida a três. Com o pensamento no futuro e olhar fixo na multidão, o coração do herói acostumado aos perigos da guerra disparou quando seus olhos se fixaram na imagem de uma mulher com uma criança ao colo.

Não há quem consiga descrever a cena de emoção do herói ao abraçar e beijar a esposa e o filho. Acontecia o que para ele parecia distante e incerto. Apesar de tudo, sempre manteve viva a chama da esperança em voltar a abraçar a esposa e conhecer o filho. Incontáveis foram as vezes que entre uma e outra batalha, ou no desconforto da fria e úmida trincheira durante noites intermináveis, pensava na sua volta e como seria maravilhoso abraçar a mãe, Maria Francisca, o pai Thomaz Silveira de Souza, irmãos e amigos. Fechava os olhos e imaginava a imagem da mãe diante da moldura de São Pedro, orando pela sua proteção.

Envoltos num clima de paz e felicidade seguiram para a casa da sogra de Etelvino, no Boa Vista onde Dorvalina havia permanecido na sua ausência. Pretendia agora viajar com a mulher e o filho para a casa dos pais, no bairro Ponta de Baixo, em São José, atual região Metropolitana de Florianópolis. Indescritível a alegria de pais e irmãos com a sua chegada. Com a voz sufocada pelas lágrimas da emoção, conduzindo o filho pela mão, a mãe fez com que a acompanhasse até o quarto onde diante da moldura de São Pedro iluminado por inúmeras velas prostrou-se de joelhos induzindo ex-combatente a fazer o mesmo.

O desejo de permanecer próximo aos pais, levou Etelvino a reunir algumas economias e adquirir uma propriedade na Ponta de Baixo, com uma casa confortável e um grande área de terras. Em poucos dias já havia contratado pessoas para desmatar extensa área e iniciava o plantio de milho e feijão. O herói recebia agora a recompensa desfrutando da mais plena felicidade. Enquanto a plantação crescia os dias felizes se sucediam, o destino traiçoeiro não satisfeito com o sofrimento imposto ao outrora intrépido guerreiro, o desafiava para uma nova e terrível batalha.

Um dia, Etelvino viajou para Joinville com a família e voltou só. O casal havia se separado e Dorvalina passara a residir com a mãe juntamente com o filho do casal. Depois de enfrentar e vencer o maior conflito bélico da história da humanidade, o destino aplicava uma fragorosa derrota ao herói do 13 BC. Os planos e sonhos de felicidade acalentados durante quase dois anos de ausência, exatamente no momento e que se transformavam em realidade.

Passava horas revendo fotos e documentos de guerra para afugentar a dolorosa saudade da mulher e do filho Ao examinar o Diploma da Medalha de Campanha , o Certificado de Reservista  com declaração de participação no Teatro de Operações da Itália, o Diploma de Membro Honorário do  IV Corpo do V Exército dos Estados Unidos e imagens que o levava de volta à Itália Etelvino procurava encontrar forças para vencer a terrível batalha contra o destino.,

Desfeitos todos os sonhos Etelvino passou a ter saudade dos horrores da guerra onde pelo menos era possível  alimentar esperança de uma vida feliz com a esposa e o filho. Será que nosso herói encontrará forças para lutar contra o impiedoso destino? Postagem do próximo capítulo no dia 11/4.

Imagem cedida pela família de Clóvis Laerte de Souza (in memoriam), filho de Etelvino/Diploma da Medalha de Campanha concedido ao soldado Etelvino Silveira de Souza, em 18 de agosto de 1946







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