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CPI dos Atos Golpistas convoca aliados do governo para depor

  • Foto: Divulgação -

A comissão também aprovou requerimento para solicitar à Polícia Federal acesso aos dados sigilosos dos celulares de Jair Bolsonaro e Mauro Cid, investigados na operação que apura fraude em cartões de vacinação do ex-presidente

Em Brasília, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Golpistas deliberou pela convocação de pessoas ao governo Jair Bolsonaro para prestar depoimento.

A sessão teve início com um adversário tentando aprovar a convocação de indivíduos ligados ao governo anterior, como o ministro da Justiça Flávio Dino e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias.

A intenção por trás dessa estratégia era desviar o foco e direcionar a atenção da CPI mais para as reações do governo do que para as ações que levaram aos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. No entanto, a oposição não obteve votos suficientes para aprovar essas convocações, assim como pedidos de acesso a documentos, como o plano de voo do presidente Lula para Araraquara, São Paulo, no dia das invasões às sedes dos três poderes.

"Nós queremos e não estamos obstruindo nenhum requerimento feito pelo governo. Nós estamos aqui atendendo ao pleito do governo, votamos "sim" a todos os requerimentos feitos por eles, mas nós também queremos que eles votem "sim" aos nossos requerimentos. Queremos uma investigação ampla e irrestrita", disse o deputado Filipe Barros (PL-PR).

Durante a CPI dos Atos Golpistas, a oposição direcionou seus principais esforços para convocar o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias. O objetivo dessa estratégia era desviar a atenção e fazer com que a CPI concentrasse suas investigações nas reações do governo Lula em relação aos atos de golpistas ocorridos em 8 de janeiro.

No entanto, a oposição não conseguiu obter os votos aprovados para aprovar essas convocações, assim como para solicitar o acesso a documentos relevantes, como o plano de voo do presidente Lula para Araraquara, São Paulo, no dia das invasões às sedes dos Três Poderes.

Com uma ampla maioria de 20 votos a favor e 11 votos contra, o governo esperava diversos requerimentos para manter a linha de investigação proposta pela relatora Eliziane Gama, do PSD, que conta com o respaldo da comissão. Essa linha de investigação tem como objetivo apurar os responsáveis ​​pelos atos de golpistas ocorridos em 8 de janeiro, incluindo os executores, autores e financiadores.

A presença majoritária dos governistas na comissão ficou evidente com a aprovação, por 20 votos a 11, de uma lista de depoimentos que inclui principalmente ex-membros do governo Bolsonaro. Entre os convocados estão Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF; Mauro Cid, ex-auxiliar de ordens; Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro; e Augusto Heleno, ex-ministro chefe do GSI.

Por estratégia dos governistas, esses depoentes serão ouvidos na condição de testemunhas, com a obrigação de comparecer à CPI e falar a verdade.

A CPI também aceitou um requerimento para solicitar à Polícia Federal acesso aos dados sigilosos dos celulares de Jair Bolsonaro e Mauro Cid, que estão sendo investigados no âmbito de uma operação que apura fraudes em cartões de vacinação do ex-presidente.

Apesar das críticas dos parlamentares da oposição, um relator enfatizou que as intimidações não impedirão de aprofundar o assunto. Ela também lembra que o plano de trabalho da CPI abrange apurações de atos anteriores ao dia 8 de janeiro.

“Nós não abriremos mão de fazer a investigação do que ocorreu a partir do resultado eleitoral do dia 30, seguido do dia 31, do dia 12 de dezembro e também do dia 24 de dezembro. Eu vou continuar firme no meu objetivo, apresentarei, ao final dos trabalhos desta comissão um relatório justo, um relatório que vai fazer a transcrição do que efetivamente ocorreu para que nós tivéssemos aquela situação caótica e triste do que foi o dia 8 de janeiro”, disse a senadora Eliziane Gama.

No dia 12 de dezembro do ano passado, durante uma cerimônia de diplomação do presidente Lula, houve uma tentativa de invasão à sede da Polícia Federal. Já no dia 24, véspera de Natal, ocorreu uma tentativa de explosão de um caminhão de combustível nas proximidades do aeroporto de Brasília.

Na tarde de hoje, o presidente da CPI, Arthur Maia, do partido União Brasil, teve uma reunião com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos sete inquéritos e de outros procedimentos no Supremo Tribunal Federal (STF) que investigam os responsáveis ​​pelos atos golpistas , bem como possíveis omissões de autoridades e militares.

Durante o encontro, Arthur Maia solicitou e foi informado de que Alexandre de Moraes concederia acesso aos documentos das decisões conduzidas no STF. Para a CPI dos atos golpistas, é de extrema importância obter essas informações, uma vez que as investigado no STF já estão em andamento há cinco meses. O tribunal já transformado em réus 1.245 pessoas acusadas pela Procuradoria-Geral da República.

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