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Veja como foi o primeiro dia de Expogestão
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Foto: Divulgação -
Cinco palestras no Palco Principal movimentam o primeiro dia da ExpoGestão 2025
Com a presença de lideranças empresariais, começou na terça-feira (dia 10) a 23ª ExpoGestão, em Joinville. O primeiro dia contou com cinco palestras no Palco Principal e dezenas de Palestras Simultâneas, distribuídas em quatro auditórios, além do Ambiente de Negócios e das Rodadas de Negócios. A abertura oficial, no início da tarde, reuniu diversas lideranças empresariais e autoridades regionais e estaduais.
O encontro corporativo começou com um alerta do psiquiatra e neurocientista Rodrigo Bressan sobre a dependência das telas. “Viver sem tecnologia digital, atualmente, é impensável. Essa dependência tem seu lado negativo, refletido no aumento dos transtornos mentais. Por isso, precisamos aprender a usufruir dos benefícios da tecnologia de forma saudável e equilibrada, prevenindo problemas de saúde mental”, destacou Bressan. Segundo ele, o transtorno mental, que envolve alterações nos circuitos cerebrais, é um dos maiores desafios contemporâneos.
Bressan apontou comportamentos prejudiciais à saúde mental, como a dependência de games, o medo de não acompanhar atualizações, o receio de ficar sem o celular, a obsessão por selfies, a negligência das interações presenciais, a angústia ao não receber respostas, a náusea digital, a depressão nas redes sociais e o prazer em se desconectar ocasionalmente. Esses comportamentos contribuem para a sobrecarga mental e o surgimento de transtornos.
O segundo palestrante do dia, Gustavo Araújo, cofundador e CIO do Distrito, uma plataforma de inteligência artificial integrada ao ecossistema FCamara, afirmou que a Inteligência Artificial representa o maior avanço da história da humanidade. “Há alguns anos, um desenvolvedor escrevia o código e outro o revisava. Hoje, escreve-se a intenção, e a IA gera o código, que depois é revisado por um humano. No futuro, o ser humano cuidará apenas da estratégia; a IA fará o restante”, afirmou.
Araújo prevê que, nos próximos cinco anos, o mundo passará por um salto significativo em negócios, produtividade e relacionamentos. Segundo ele, a disrupção causada pelas novas tecnologias será intensa, e quem não estiver preparado poderá ficar para trás. “As regras do jogo vão mudar drasticamente. Medicamentos que hoje levam anos para serem desenvolvidos chegarão ao mercado em poucos meses”, exemplificou. “Todas as áreas serão impactadas de forma sem precedentes, pois a IA já realiza tarefas humanas com maior eficiência.”
Na metade da tarde, o professor da Fundação Dom Cabral e especialista em liderança e cultura organizacional, Márcio Boaventura Jr., destacou que ser um líder ágil não significa ser veloz, mas sim saber se adaptar à diversidade geracional e aos conflitos que ela gera. “O papel da liderança não pode mais seguir os modelos tradicionais. Agilidade não é pressa, é adaptabilidade.”
Segundo Boaventura, o líder precisa adotar atitudes que impulsionem a competitividade, a inovação, o foco no cliente e a adaptabilidade. “Agilidade é a solução para os conflitos geracionais, pois promove colaboração, comunicação contínua e valorização das contribuições únicas de cada geração. Precisamos menos de resultados imediatos e mais de conhecimento em gestão. Só com conhecimento técnico, o líder será apenas um supervisor. Com conhecimento em gestão, será de fato um líder.”
A penúltima palestra foi ministrada por José Koch, cofundador e CEO do Grupo Koch — a maior rede supermercadista de Santa Catarina e a 10ª do país. Em uma apresentação inspiradora, Koch usou uma linguagem simples para contar como, há 40 anos, ele e os irmãos convenceram os pais a vender uma junta de bois para comprar uma Kombi, usada para vender frutas e verduras na feira livre.
Após 14 anos como feirantes, a família conseguiu alugar uma sala. Em 2015, o grupo viveu uma grande transformação. Naquele momento, os mercados tradicionais enfrentavam dificuldades, enquanto os atacarejos ganhavam espaço. “Uma lição essencial para o sucesso é ter a humildade de perguntar o que não se sabe”, afirmou. A empresa conta hoje com 12 mil colaboradores, está presente em 39 cidades e possui mais de 80 lojas em Santa Catarina. Um dos segredos do sucesso, segundo Koch, é a clareza de propósito.
Ele também destacou os desafios das empresas familiares, que, segundo ele, têm apenas três caminhos: realizar a sucessão, serem vendidas ou falirem. “Se você trabalhar demais, perde a família. Se não trabalhar, também perde. Por isso, é preciso fazer a gestão da vida como um todo.”
Para encerrar a primeira noite da ExpoGestão 2025, Susana Balbo, conhecida como a “Rainha do Torrontés”, subiu ao palco principal para compartilhar suas experiências e conhecimentos. Ela destacou que os vinhos brancos produzidos com a uva torrontés tornaram-se símbolo de qualidade na Argentina e no mundo. Mas nem sempre foi assim. “Eu não me conformava com o baixo reconhecimento da torrontés e trabalhei muito para transformá-la em um vinho valorizado internacionalmente”, contou a enóloga, cujo nome está presente em rótulos de vinhos argentinos premiados.
Primeira mulher da Argentina a graduar-se em Enologia, em 1981, Susana iniciou sua carreira em 1983, durante uma recessão econômica. “Eu queria mesmo era fazer Física Nuclear”, revelou com humor. Em vez disso, dedicou-se à enologia, abriu sua própria adega, quebrou, recomeçou e expandiu sua atuação internacionalmente. Foi a primeira argentina a atuar como consultora para produtores na Espanha e na França. Em 1999, fundou a Susana Balbo Wines, voltada inicialmente ao mercado externo. Em 2001, já exportava 15 mil caixas de vinho. “Cheguei a virar case na Universidade de Harvard”, orgulha-se.
Segundo Susana, a Argentina ainda era praticamente inexistente no cenário global dos vinhos. Com sua experiência na indústria de frutas e como enóloga, ela revolucionou a produção de vinhos brancos e rosés, especialmente com a uva torrontés, compartilhando sua inovação com outros produtores. Hoje, é reconhecida por sua visão, arrojo, inovação, liderança e paixão. “O melhor marketing econômico é a qualidade”, concluiu Susana Balbo.
Diversas atividades
Durante a ExpoGestão, o Ambiente de Negócios oferece um espaço estratégico para empresas ampliarem sua visibilidade, fortalecerem relacionamentos e gerarem novas oportunidades, com estandes voltados à inovação, gestão e desenvolvimento. Neste ano, o evento traz como novidade o Espaço Sebrae Startups, que apresenta 16 startups selecionadas para conexão com investidores e parceiros.
Além disso, acontecem os Seminários Executivos, encontros exclusivos para cargos de liderança, com foco em temas como tecnologia, liderança e economia, além de eventos paralelos promovidos por parceiros como Sebrae, Sicredi e FACISC.
Mais informações: www.expogestao.com.br
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