Nova exposição apostando na tecnologia marca a 22ª Semana Nacional de Museus em Joinville

A exposição "Miradas do Porvir", inaugurada no Museu Nacional de Imigração e Colonização (MNIC) nesta quinta-feira (23), celebrou a reabertura do histórico casarão, apostando na tecnologia para aprimorar a experiência dos visitantes. O evento faz parte da 22ª Semana Nacional de Museus e apresenta um projeto inovador com expografia moderna, plotagens, iluminação técnica e novos mobiliários, distribuídos em 13 salas ao longo dos três andares do edifício.

Divididos em temas como colonização, infância, deslocamentos, fé, religiosidade, e técnicas construtivas, os espaços expositivos retratam a experiência dos colonizadores no Sul do Brasil desde 1850 e a vida dos imigrantes. O acervo inclui objetos do cotidiano, símbolos religiosos, documentos históricos e mobiliários, proporcionando uma imersão profunda na história e cultura dos imigrantes.

A Prefeitura de Joinville e a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) têm empenhado esforços para reabrir todos os prédios culturais e espaços de memória da cidade. O secretário Guilherme Gassenferth enfatizou a importância desse investimento: “Não adianta ser uma cidade grande se o progresso não alcançar também os nossos museus. Precisamos garantir futuro ao nosso passado e utilizar nossos acervos, equipe e conhecimentos para trabalhar o presente. Nossos museus precisam ser bons e atualizados."

O projeto expositivo foi cuidadosamente elaborado pela Straub, com revisão do Iphan e da equipe do museu. Gassenferth agradeceu aos voluntários que, ao longo das décadas, contribuíram para a formação do acervo e sustentaram o museu em seus primeiros anos.

Leandro Grass Peixoto, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), destacou a importância da colaboração entre os Governos Federal e Municipal na preservação do patrimônio. “Aqui é um lugar de memória sim, que nos mostra a importância da resiliência dos imigrantes e os povos originários, mas também um ambiente para conhecermos a história e um aprendizado para o futuro.”

O prefeito de Joinville, Adriano Silva, ressaltou o papel contínuo da imigração na história e desenvolvimento da cidade. “A imigração é um tema recorrente e hoje Joinville ganha esta exposição para discutir estas questões."

​Exposição oferece experiências imersivas e recursos acessíveis para visitantes

​Os visitantes poderão explorar programas de rádio cenográficos em português, italiano e alemão, refletindo sobre o papel desse meio de comunicação na vida dos imigrantes. Tablets contam histórias dos farinheiros, trabalhadores de engenhos e rendeiras, enquanto uma simulação permite entender o funcionamento de um torno utilizado na construção do edifício histórico.

Uma maquete com projeção mapeada oferece uma representação visual da construção de uma colônia, e um painel de descanso homenageia os imigrantes que chegaram ao Porto de São Francisco do Sul, misturando assinaturas históricas com as dos imigrantes contemporâneos. A obra foi criada pelo artista Rafael Moreno.

Desenvolvida com um investimento de R$ 2,9 milhões do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a exposição começou a ser concebida em 2019. Ela se baseia nas novas abordagens para o patrimônio do MNIC, explorando as experiências e legados dos imigrantes no sul do Brasil desde o século XIX.

A exposição "Miradas do Porvir" é acessível, com recursos físicos e audiodescrição, e o conteúdo está disponível em inglês e espanhol através de QR Codes. O MNIC, administrado pela Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), recebeu 37 mil visitantes no ano passado.

A entrada é gratuita, e o museu está aberto de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, localizado na rua Rio Branco, 229, Centro, com vista para a Rua das Palmeiras.