Santa Catarina registrou o primeiro caso de gripe aviária da história do estado, de acordo com informações divulgadas pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc) nesta terça-feira (27). O vírus foi identificado em uma ave silvestre da espécie Trinta-Réis-Real. O caso foi confirmado pelo Ministério da Agricultura e as amostras foram processadas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como referência internacional em diagnóstico de Influenza Aviária.

O foco da infecção foi localizado em São Francisco do Sul, região norte do estado, e não há propriedades de produção comercial de aves no raio de 25 quilômetros. A Cidasc assegura que a ocorrência de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves silvestres não compromete a condição sanitária de Santa Catarina e do país, e não impacta o comércio internacional de produtos avícolas catarinenses.

A Cidasc está intensificando as ações de vigilância em populações de aves domésticas e silvestres na região afetada. Novas medidas poderão ser adotadas para evitar a disseminação da IAAP e proteger a avicultura catarinense, dependendo da evolução das investigações e do cenário epidemiológico.

A gripe aviária, causada pelo subtipo H5N1 do vírus Influenza, é predominante em aves e menos comum em mamíferos e humanos. A Influenza Aviária foi diagnosticada pela primeira vez em aves na Itália em 1878, mas o subtipo H5N1 só foi isolado por cientistas mais de 100 anos depois, em 1996, em gansos na província de Guangdong, no sul da China.

Os vírus Influenza são classificados em dois tipos: de Baixa Patogenicidade (LPAI) e de Alta Patogenicidade (HPAI). O HPAI, como é o caso do H5N1, manifesta-se de forma mais grave, dissemina-se rapidamente entre as aves e apresenta um alto índice de mortalidade entre os animais.

A Cidasc orienta que, caso aves de qualquer espécie sejam observadas com sinais clínicos de Influenza Aviária, como dificuldade respiratória, andar cambaleante, torcicolo, girando em seu próprio eixo e alta mortalidade súbita, seja comunicado imediatamente. A manipulação de aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença não é recomendada. Não há evidências de que o consumo de carne de aves ou de ovos ofereça risco à saúde humana.

A comunicação de casos suspeitos pode ser feita por meio do sistema e-Sisbravet, acessando o link bit.ly/notificarcidasc ou bit.ly/SISBRAVET, ou diretamente em um escritório local da Cidasc.

As autoridades competentes continuarão monitorando a situação e tomando as medidas necessárias para garantir a segurança sanitária das aves e evitar a propagação da gripe aviária em Santa Catarina.