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Revolta de grupo de mercenários russos abala governo Putin
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Foto: Divulgação -
O final de semana foi marcado por tensão e intensidade para o governo Putin, mas o motivo não foi uma ameaça externa, como o exército ucraniano ou a Otan, e sim uma revolta interna do grupo de mercenários conhecido como Wagner.
O Wagner é uma organização paramilitar criada pelo empresário Yevgeny Prigozhin, antigo braço direito e amigo pessoal do presidente Putin. Prigozhin é dono de empresas que prestam serviços ao Kremlin e a estatais russas, com contratos bilionários. Ironicamente, foi Putin quem cedeu terras para a criação do grupo. Liderado pelo ex-oficial do Centro de Inteligência russo, Dmitry Utkin, o Wagner é composto por cerca de 25 mil soldados sem vínculos oficiais, incluindo agentes, ex-prisioneiros e voluntários com histórico de violência extrema. Todo o armamento e munição utilizados pelo grupo são provenientes do exército russo.
O Wagner atua em diferentes regiões, desde o Oriente Médio e a África até a Venezuela. No entanto, é na linha de frente da Guerra na Ucrânia que o grupo se faz presente de maneira mais significativa.
A tensão alcançou seu ápice no sábado, quando o presidente Putin se viu em uma das situações mais frágeis de seus 23 anos no poder. O conflito começou a se intensificar há alguns meses, e na sexta-feira, Prigozhin acusou o Ministério da Defesa russo de atacar os acampamentos do grupo. O governo negou o envolvimento, mas a acusação desencadeou uma série de eventos.
Prigozhin anunciou uma marcha em direção a Rostov, uma cidade próxima à fronteira, que foi rapidamente tomada pelos mercenários. No entanto, o objetivo principal do grupo era assumir o controle de Moscou. O presidente Putin posicionou e reforçou as tropas na capital, preparando-se para possíveis conflitos. A cerca de 200 km da cidade, e diante da possibilidade de caos generalizado, o líder do grupo decidiu recuar na operação.
Com a intermediação do presidente da Bielo-Rússia, Prigozhin está indo para o país vizinho, enquanto o Kremlin retirou as acusações contra o grupo. Mais cedo, Putin havia classificado a rebelião como uma traição.
O desenrolar dessa revolta dos mercenários enfraqueceu Putin, mostrando sua vulnerabilidade em controlar eventos internos. Por outro lado, o ditador da Bielo-Rússia demonstrou sua importância como aliado da Rússia, ao intermediar a resolução do conflito.
Esses acontecimentos internos abalam a estabilidade do governo Putin e trazem à tona questionamentos sobre a capacidade do líder russo de lidar com questões internas e manter o controle sobre grupos paramilitares que atuam no país. O desdobramento desses eventos continuará a ser acompanhado de perto tanto pela população russa quanto pela comunidade internacional.
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