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Notícia

Tatá e sua guapuruvu encantam leitores

  • Daniel Machado -

Teve sol, música, pipoca e muita alegria! Assim foi a tarde de lançamento do livro "Tatá no Reino do Guapuruvu" (Editora Areia, 96 pág., R$ 30,00), sábado, 17 de setembro. "Eu até chorei para vir. Gostei da história e das pinturas", contou Paula Eduarda de Lima, 9 anos, ao buscar no varal entre as árvores a sua "arte". É que ela participou, um dia antes, da oficina de contação de história e pintura em aquarela na Escola Municipal João Costa.

Os trabalhos dos alunos estavam expostos na tarde do lançamento. A amiga da escola, Gabriela Bertol, 9 anos, também correu para mostrar seu desenho, que balançava ao vento, para a mãe. "Eu gostei muito de desenhar. Vim aqui para ver a Fernanda e a Luisa de novo", disse, referindo-se à autora do livro, Fernanda Ortiz, e à ilustradora, Luisa Simão.

Quem também marcou presença por lá foi o Tatá em pessoa, quer dizer, o menino Kauã de Andrade Ortiz, 10 anos, que inspirou a escritora quando criou a personagem Tatá - o menino índio guarani que tece a trama central da história. Aluno da Escola Municipal Padre Valente Simioni, ele diz que aprendeu a principal lição do livro: a importância de preservar a natureza. "A gente tem que cuidar das árvores," ensina.

O encantamento dos pequenos leitores tem justificativa. O livro "Tatá no Reino do Guapuruvu" é voltado para o público infanto-juvenil e aborda a chegada dos primeiros imigrantes germânicos à Colônia Agrícola Dona Francisca (a partir de 1851), o impacto no natureza e sobre os moradores da região, os índios guarani. A narrativa cativa os pequenos leitores porque ocorre entre o indiozinho Tatá, as árvores típicas da região - guapuruvu, jacatirão, siriúba, ipê, canela ferrugem - e outros elementos da natureza, como o vento (quase sempre o mensageiro das notícias), em páginas e páginas repletas de ilustrações em aquarela assinadas por Luisa Simão.

"É um grande passo, de forma lúdica, mostrar o que é Joinville, de forma pura. O livro é isso: passa amor, carinho e muita atenção em cada detalhe do trabalho", resumiu Sissa, a coordenadora da Casa Brasil Norte e Nordeste de Joinville. Ela enfrentou 30 minutos na fila para conseguir o autógrafo da escritora e da ilustradora. O casal Érick e Caroline Socoloski também foi garantir o exemplar para os filhos Benício, 5 anos, e Ana Carolina, 4 meses. "Precisamos incentivar a leitura desde pequenos", disseram.

Emoção - Engana-se quem supõe que "falar" com árvores, como faz Tatá, é algo raro. Jéssica Fernandes se emocionou ao conhecer a história quando revisitava o Museu, sábado, depois de muitos anos morando fora de Joinville. Ela contou que, na meninice, tinha um pé de graviola "de estimação e confidente". "Eu me identifiquei com o Tatá e sua guapuruvu porque, quando mudei de cidade, também tive que me despedir da minha árvore," recordou. "Essa história e as imagens, de integração com a natureza, me transportaram para minha infância."

A tarde de autógrafos foi animada pela música do cantor Rogério Amâncio, que encantou os leitores com repertório de MPB e clássicos infantis, e a leitura de capítulo do livro por Silvane Silva, acompanhada pela intérprete de Libras Núbia Amorin.

Sobre o livro - A escritora Fernanda Ortiz conta que foram 3 anos desde a concepção, planejamento, pesquisa sobre a história da fundação da Colônia Dona Francisca até o "Tatá no Reino do Guapuruvu" chegar às mãos dos leitores. Os primeiros esboços foram feitos à lápis porque é na escrita manual que ela dá vazão às ideias. "Eu transferi para o livro o meu amor por histórias, um universo que fez parte da minha infância, e também minha convicção de que devemos saber sobre nosso passado, quem somos e nossa cultura," disse.

A ilustradora Luisa Simão veio a Joinville especialmente para as oficinas de pintura em aquarela nas escolas e lançamento do livro, momento de contato com admiradores do seu trabalho de toda a região. "Este projeto foi um presente para mim, por permitir que as crianças exercitem sua criatividade e possam falar também com as árvores".

O projeto do "Tatá no Reino de Guapuruvu" foi aprovado pela Lei Rouanet (Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo) com patrocínio do Instituto Carlos Roberto Hansen (ICHR) e Giassi Supermercados, e apoio da Buschle e Lepper. Como contrapartida, a escritora e a ilustradora promovem quatro oficinas de contação de história e pintura em aquarela nas escolas municipais Fritz Benkendorf (Pirabeiraba), João Costa (bairro João Costa) e a Padre Valente Simioni (Iririú), e para professores de artes das escolas.

Breve resumo - "Tatá no Reino de Guapuruvu" conta a história da fundação da Colônia Dona Francisca, a partir de março de 1851, e o impacto tanto no ecossistema da região (mangue e floresta atlântica) quanto nos primeiros moradores (sambaquianos, indígenas, famílias lusas e escravos). A narrativa se desenrola a partir da amizade do personagem Tatá, um indiozinho simpático e um tanto audacioso, e a Guapuruvu, uma árvore amargurada por assistir, impotente, as transformações do lugar a partir da ocupação pelos imigrantes, mas que terá o coração resgatado pelo amor de uma criança. A história é narrada por dona Siriúba, uma árvore típica do mangue.

O livro está à venda por meio do site www.tatanoreinodeguapuruvu.com.br e Livraria O Sebo (Rua Dr. João Colin, 572 - Centro).

Sobre a escritora: Fernanda Ortiz Machado, 32 anos, é paranaense, natural de Nova Olímpia, e chegou a Joinville com seis anos de Idade, em 1996. Formada em Design de Moda pela Universidade da Região de Joinville - Univille, tem cursos em história da arte e atualmente cursa artes visuais. Seu primeiro livro, "Dois Olhares Sobre Joinville" (Areia, 2016) aborda a vida e obra dos artistas plásticos Ademar César e Amandos Sell. É casada com o fotógrafo Daniel Machado e mãe de Francisco, 1 ano

Sobre a ilustradora: Luisa Simão é designer e ilustradora de moda, pós-graduada em gestão de negócios pela PUC-MG e mestre em design pela Universidade Anhembi-Morumbi. Desde 2008 mantém, em Belo Horizonte, o Lu Simão Atelier, hoje um espaço para aulas de ilustração em aquarela, e AB Estúdio Criativo, onde trabalha com ilustrações em aquarela como ilustradora e diretora criativa. Já ilustrou oito livros para autores de todo Brasil.

Personagens principais do "Tatá no Reino do Guapuruvu"

Tatá: menino índio da nação Guarani (os Mbya Guarani ocupavam o litoral Norte de Santa Catarina), de aproximadamente 6 anos, inspirado no sobrinho da escritora, Kauã.

Guapuruvu: árvore típica das regiões Sul e Sudeste do país, caracterizada pela floração amarela entre agosto e outubro. O nome popular - guapuruvu e nomes semelhantes - deriva da língua tupi guarani e originalmente significa "tronco de fazer canoa", em referência ao seu uso popular mais utilizado.

Siriúba: a narradora da história, é uma árvore da vegetação de mangue.

Jacatirão; árvore pioneira brasileira da Mata Atlântica, ocorre em restingas e na floresta ombrófila densa do litoral.
Canela Ferrugem: leva o nome por causa da coloração das folhas, é comum em todo país; seus frutos alimentam aves e pequenos mamíferos.
Outras referências: vento, ipê, palmeira, coqueiro, caranguejos, sambaquianos.                                    

( Lorení Franck - Comunica Jornalistas Associados )

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