Nesta segunda-feira (14), é o Dia Mundial do Doador de Sangue. Durante todo o mês, é realizada a campanha Junho Vermelho, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação e incentivar o público a continuar colaborando.

Quem passar em frente ao Hospital Municipal São José à noite, vai ver que a torre está iluminada com a cor vermelha, em alusão à campanha.

Especialmente neste período de pandemia, o ato de solidariedade é ainda mais indispensável. A quantidade de doações diminuiu, ao mesmo tempo em que a necessidade de reservas de sangue aumentou para o tratamento de pacientes com quadros mais graves de Covid-19, que necessitam de transfusões.

De acordo com o médico hematologista Túlio Malburg, responsável técnico da Agência Transfusional do Hospital Municipal São José (HMSJ), antes da pandemia, a Unidade realizava de 500 a 600 transfusões de sangue por mês. Já nos piores momentos da pandemia, esse número chegou a 900 transfusões mensais.

Vale destacar que, além do atendimento aos pacientes infectados pelo novo coronavírus, a Agência Transfusional do HMSJ também precisa dispor de reservas de sangue e hemoderivados para atender a outros grupos, como os pacientes de ortopedia, oncologia e neurologia, além da necessidade de hemocomponentes para a realização de cirurgias eletivas.

"O vírus da Covid-19 causa diminuição da produção da medula e aumenta a dependência de transfusão. Hoje, o maior desafio da Agência Transfusional do Hospital São José é a falta de oferta de hemoderivados para o nosso estoque, já que atendemos a pacientes muito graves de UTI, pacientes oncológicos que não podem interromper o tratamento, além das vítimas de acidentes, que são imprevisíveis", afirma o médico.

Doar sangue é seguro e salva vidas

A queda nos estoques da Agência Transfusional do HMSJ é reflexo da redução de doações recebidas pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) de Joinville, desde o início da pandemia.

"Nossa capacidade diária de atendimento é de cem doadores, mas atualmente recebemos cerca de 50 doadores por dia", relata Tainara Zilah Farias, responsável pela captação de doadores do Hemosc Joinville.

Segundo ela, o receio de contaminação pelo novo coronavírus é um dos fatores que contribuiu para a redução das doações. No entanto, para garantir a segurança dos doadores várias medidas preventivas foram adotadas. Entre elas estão aferição de temperatura na entrada do local, disponibilização de álcool em gel para higienização das mãos, distanciamento social, além de atendimento por agendamento.

A doação de sangue é gratuita, simples e pode salvar vidas. Para ser doador, é preciso estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos (jovens de 16 e 17 anos deverão estar acompanhados por um responsável legal) e pesar mais de 50 quilos. Não é necessário jejum, mas é recomendável alimentação sem gordura nas quatro horas antes da doação.

Pessoas que já tiveram Covid-19 podem doar a partir de 30 dias após a recuperação. Quem já foi imunizado também deve aguardar por um período específico, que varia de acordo com a vacina recebida.

O agendamento da doação pode ser feito pelo site www.hemosc.org.br ou pelos telefones 3481-7414 ou 3481-7424.

"Uma única doação pode salvar até quatro vidas. Não espere alguém próximo precisar de sangue, para fazer a sua doação. Todos os dias existem vários pacientes que dependem de transfusões e outros que precisam receber por acontecimentos inesperados. Doar só vai fazer o bem e não há prazer maior do que saber que foi possível ajudar outra pessoa," finaliza Tainara.