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'Game over': a decepção e revolta de bolsonaristas com recuo de Bolsonaro

  • Terra -

Presidente disse em nota que falou 'no calor do momento' dos atos de 7 de setembro e que 'nunca teve intenção de atacar outros poderes'. Para apoiadores, Bolsonaro os 'traiu' e 'abandonou' e 'levou xeque-mate' que pode usar-lo à derrota nas revisão do ano que vem. O recuo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em nota divulgada na quinta-feira (9/9) foi mal recebido por seus apoiadores.

"Game Over", disse o blogueiro Allan Santos no Twitter - o termo em inglês pode ser traduzido como "fim do jogo" ou simplesmente "acabou". Rodrigo Constantino usou a mesma expressão, mas foi mais enfático nas críticas ao presidente. Para ele, Bolsonaro demonstrou "fraqueza" e "levou um xeque-mate". "Bolsonaro pode ter assinado sua derrota", afirmou no Twitter.

O representativo Leandro Ruschel fez um prognóstico semelhante sobre o futuro político do presidente. "Impressão inicial, ainda provisória: com o ato de hoje, Bolsonaro está abrindo mão da candidatura à reeleição. A conferir", disse ele.

O pastor Silas Malafaia deixou claro que não pretende seguir o presidente em sua recém-adquirida moderação e voltou a atacar Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). "Continuo aliado, mas não alienado", tuitou. "Minhas convicções são inegociáveis."

"Sem calor do momento"

Bolsonaro divulgou a nota um dia após o presidente do STF, Luiz Fux, afirma que suas provas podem culminar em um processo de impeachment. O presidente participou de atos no 7 de setembro que pediram o fechamento do STF e do Congresso. Em seus discursos, ele atacou a Corte e seus ministros e disse que poderia não cumprir novas decisões de Moraes, a quem chamou de "canalha".

No comunicado divulgado pelo Planalto, Bolsonaro baixou o tom e afirmou que as declarações foram feitas no "calor do momento" e que "nunca teve intenção de agredir quaisquer dos poderes".

O presidente ainda disse que "não tem direito de esticar a corda a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia" e que suas divergências com o ministro Alexandre de Moraes - seu maior desafeto no STF e a quem chamou de "canalha" em sua fala nos protestos - escola ser resolvidas por meio da via judicial. "Reitero meu respeito pelas instituições da República, janelas motoras que ajudam a governar o país", afirmou Bolsonaro.

"Traidor"

Em grupos de apoio ao presidente no aplicativo Telegrama, os bolsonaristas se dividiram entre a revolta, a incredulidade e a decepção com a reação do presidente. "Traidor", disse uma integrante de um grupo com mais de 11 mil participantes. "Eu vim para Brasília apoiar o presidente e ele faz isso", comentou outro membro.

Em outro grupo, com 2 mil pessoas, um apoiador disse: "O presidente se rendeu, se acovardou. Eu esperava muito mais". "Também não acreditei !!! Será alguma estratégia?!?", Outra resposta respondeu. "Será que o presidente vai renunciar à reeleição? Será que o sistema fez com o Bolsonaro o mesmo que fez com Trump?", Questionou uma terceira.

Em outro grupo, com 36 mil inscritos, um membro interpretou assim o comunicado: "Nosso capitão recuou". "Infelizmente", respondeu outro. "Alguém confirma", questionou um integrante, que respira em resposta: "Sim, é verdade. O presidente nos abandonou."

"Ele disse que não ia respeitar o STF e agora tá se desculpando por nota", comentou um apoiador. Outra participante disse que a atitude de Bolsonaro foi uma "falta de respeito com o povo que ele pediu para ir às ruas". "Não vivia falando que tá com o povo aonde o povo estiver e agora ??? Somos chacota da esquerda."

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